Agência France-Presse
postado em 09/12/2014 08:29
Depois de nove anos como o único da casa, Gabriel pensou que a irmãzinha que estava para chegar se tornaria a preferida da casa. ;Achei que teria preferência porque sempre escutava aquilo e via na televisão e nos desenhos;, conta o jovem de 24 anos. A história foi outra: ele e a irmã, Sophia, contam que nunca se sentiram preteridos pelos pais. A mãe, Hilda, 51, confirma: o sentimento de rejeição não faz parte do dia a dia da família Stein. Resultado de cuidados tomados até mesmo em pequenas atitudes: ;Tirando datas especiais e aniversários, nunca dei presente para um sem dar para outro. Além disso, quando algum filho se destaca em alguma coisa, é importante elogiar, mas nunca em excesso, nem na frente do outro caso ele não tenha obtido o mesmo êxito;.De acordo com um estudo da University of Illinois at Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, as regras adotadas por Hilda tornam a história da família uma exceção. Segundo os cientistas, é muito comum o sentimento de que há um filho favorito em casa, e os efeitos dessa sensação ; que pode coincidir ou não com a realidade ; podem marcar a pessoa que se sente menos privilegiada por toda a vida. A pesquisa indica, por exemplo, que o filho preterido tende a ter um comportamento mais agressivo e ser mais propenso ao uso de drogas e ao abuso de álcool.
Líder do estudo, Laurie Kramer defende que os tratamentos diferenciados são imprescindíveis, mas eles não podem ser mal interpretados pelos filhos. Cabe aos pais evitar esses equívocos. ;Não é necessário comprar algo para um e para outro ao mesmo tempo. Muitas vezes, a conversa pode ser ;Olha filho, eu trouxe esse pijama para a sua irmã porque o dela está rasgado. Mas notei que você está precisando de meias e vou comprá-las na semana que vem;;, ilustra.
A psicóloga reforça que é importante cumprir o trato e que observar a percepção dos pequenos é muito importante. Na chegada de um novo integrante na família, um momento delicado, o casal deve dividir os cuidados. Kramer sugere o pai dê atenção aos mais velhos enquanto a mãe cuida do bebê. ;A ideia não é tirar o contato dele com o recém-nascido ou dela com os outros filhos, mas é uma bom jeito de ninguém se sentir negligenciado;, explica.
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