Ciência e Saúde

Ministros chegam à COP 20 para debater rascunho de acordo climático

Equipes presentes na COP 20 já têm um rascunho do documento final, que deve orientar o acordo de combate ao aquecimento global a ser firmado no ano que vem. Para ONGs, contudo, metas anunciadas por países até agora são insuficientes

postado em 09/12/2014 10:12
A COP20 serviu de cenário para que diversas comunidades indígenas latino-americanas se manifestem em defesa de seus territórios, que consideram ameaçados pelo desmatamento e a mineração ilegal, assim como pela presença de petroleiras e hidrelétricas. No sábado, comunidades indígenas presentes se manifestaram em uma praia, fazendo um formação na qual se lia o pedido "Florestas vivas" (foto ao lado). Ontem, representantes da Articulação de Povos Indígenas do Brasil protestaram contra uma proposta sobre a demarcação de suas terras que está prevista para ser votada esta semana no Congresso. "O Brasil apresenta aqui metas ambiciosas para a redução de emissões, mas na prática é o contrário: autoriza o desmatamento e a presença de hidrelétricas", afirmou a líder indígena Sonia Guajajara.

A COP 20 serviu de cenário para que diversas comunidade indígenas latino-americanas se manifestem em  defesa de seus territórios

Negociadores de 195 países que participam da 20; Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, ou simplesmente COP 20, chegaram ontem a um rascunho do documento final, que deverá ser apresentado no domingo e servir de base para a COP 21, a ser realizada no ano que vem em Paris. É na França que governos do mundo todo esperam, finalmente, substituir o já expirado Protocolo de Kyoto ; jamais ratificado pelos Estados Unidos ;, estabelecendo metas de redução de emissão dos gases de efeito estufa e sanções para as nações que as descumprirem. A meta da ONU é limitar o aquecimento global a 2;C até o fim do século em comparação à era pré-industrial ; a temperatura média da Terra já subiu 0,8;C até agora.

Depois de uma semana de debates, os delegados internacionais rascunharam 33 páginas que ainda precisam ser debatidas, antes da assinatura. O texto fala sobre políticas de reparação de danos, transferência de tecnologia para enfrentar o aquecimento global, metas de redução, mitigação e financiamento, entre outros pontos. A partir de hoje, com a chegada de ministros e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, os debates devem ganhar um tom menos técnico e mais político.



As questões polêmicas da conferência envolvem a definição de quem deve, obrigatoriamente, apresentar um plano de cortes de emissões. Enquanto os países ricos exigem que todos tenham metas fixadas pela ONU, as nações em desenvolvimento, como o Brasil, se negam a assumir esse compromisso, alegando que não podem atrasar seu processo de desenvolvimento para pagar um débito acumulado pelos Estados ricos, que, desde a Revolução Industrial, vêm lançando dióxido de carbono na atmosfera.

Promessas

O grande desafio até dezembro de 2015 é justamente superar esse debate e adotar medidas práticas realmente eficazes que evitem uma série de consequências originadas com o aumento do calor. ;Se continuarmos agindo como fizemos até agora, poderemos mudar drasticamente a relação entre os seres humanos e o planeta. Poderíamos assistir a migrações maciças de centenas de milhões de pessoas;, exemplificou, em um informe, o economista Nicholas Stern, especialista em mudanças no clima. Segundo ele, o nível atual das emissões de gases levaria a um aumento nas temperaturas entre 4;C e 5;C até 2100, uma perspectiva que pode causar problemas de segurança alimentar e acesso à água potável, assim como eventos climáticos extremos.

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