Vilhena Soares
postado em 25/12/2014 08:00
Quem convive com crianças sabe que uma das lições mais difíceis de ensinar a elas é a generosidade com relação a objetos. A resistência delas em compartilhar com amiguinhos ao menos uma parte dos seus valiosos brinquedos é imensa, o que faz com que muitos vejam os pequenos como naturalmente egoístas. Um estudo feito por neurocientistas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, porém, traz dados interessantes sobre como a disposição de compartilhar bens com os outros se desenvolve desde cedo nos seres humanos e traz uma importante recomendação aos pais: estimular o altruísmo não só é fundamental como traz bons resultados para a formação moral dos filhos.
Segundo Jean Decety, um dos autores do trabalho e pesquisador do Instituto de Psicologia e Psiquiatria da universidade, estudos recentes têm trazido novas formas de enxergar a moral infantil. ;Há uma abundância de estudos que dão às crianças uma reputação de serem egoístas, de não serem muito generosas;, conta o cientista ao Correio. ;No entanto, novos trabalhos têm mostrado que até mesmo os bebês são sensíveis à desigualdade e que as crianças têm a capacidade de agir em benefício dos outros. À medida que elas crescem, tendem a mostrar um aumento na generosidade;, acrescenta.
O estudo de Decety e colegas, publicado on-line pela revista especializada Current Biology e previsto para sair na edição impressa no próximo dia 5, foi o primeiro a mapear os mecanismos cognitivos por trás da generosidade infantil. ;Quisemos examinar quais mecanismos neurológicos orientavam a expressão do comportamento de partilha e não há nenhum estudo que aborde isso. Esse é o primeiro trabalho que fala do neurodesenvolvimento da sensibilidade moral, que liga diretamente avaliações morais implícitas e o comportamento moral real, e identifica os marcadores de cada um;, destaca o autor.
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