Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Pesquisadora transforma óleos de frutas brasileiras em matérias-primas

Para sua tese, Speranza realizou duas misturas: óleo de buriti com gordura de murumuru, e óleo de patauá com estearina de palma



Por conterem uma série de substâncias benéficas ao organismo humano, muitos frutos da Amazônia são utilizados não só na alimentação, mas também nas áreas médica e cosmética. Buscando ressaltar ainda mais os efeitos positivos desses produtos, uma pesquisadora brasileira vem se dedicando a criar, a partir de óleos dos vegetais, fórmulas capazes de combater diferentes micro-organismos nocivos ao homem. Para a especialista, essas receitas podem se tornar matéria-prima para diversos produtos na indústria brasileira.

[SAIBAMAIS]A estratégia adotada por Paula Speranza, pesquisadora de pós-doutorado em engenharia de alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), começa com a união das propriedades de diferentes frutos. ;Usamos dois óleos, que, ao se fundirem, criam uma mistura que possui mais qualidade, um produto melhor em propriedades fisioquímicas;, explica a especialista.

Para sua tese, Speranza realizou duas misturas: óleo de buriti com gordura de murumuru, e óleo de patauá com estearina de palma. Os líquidos que foram fornecidos pela Universidade Federal do Pará (UFPA) ainda tiveram propriedades e características físicas modificadas com enzimas produzidas pela pesquisadora, por meio de um processo chamado de interesterificação enzimática. ;O mais difícil desse processo é criar enzimas que consigam fazer essa modificação. Essa técnica já é antiga, mas as enzimas são novas e não é fácil criá-las de forma que atuem na fermentação (dos compostos);, esclarece.

Esses componentes são fundamentais para iniciar as reações químicas que levam à modificação biotecnológica dos óleos, ampliando as propriedades antimicrobianas. ;Nós utilizamos a mistura dos óleos em emulsões e conseguimos observar um efeito bactericida contra diversos patógenos, como Bacillus cereus (bactéria que vive no solo) e Escherichia coli (bactéria que habita o intestino), algo que não conseguimos com os óleos não modificados;, destaca a autora.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.