Isabela de Oliveira
postado em 31/12/2014 06:00
Ao falar em domesticação, a primeira imagem que vem à mente é a de animais como cães, gatos e aqueles criados em fazendas. No entanto, o maior controle do homem sobre a natureza também passou por espécies vegetais, que permitiu o advento da agricultura, um marco tão importante na história da humanidade que é considerado uma revolução.[SAIBAMAIS]Esse período foi essencial para o desenvolvimento da organização social. O processo se deu em diferentes lugares e espaços de tempo. Começou nas regiões consideradas berços da civilização, como o Oriente Médio, por volta de 8.500 a.C., onde apareceram monoculturas. Na China, ocorreu por volta de 7.500 a.C. Nas Américas, chegou mais tarde, ocorrendo entre os povos nativos por volta de 3.500 a.C.
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Santiago Linorio Ferreyra Ramos, doutor em genética e melhoramento de plantas, conta que a transformação das sociedades de 10 mil anos atrás ; chamada de Revolução Neolítica ; foi caracterizada pelo sedentarismo, definido pela capacidade que os grupos humanos tiveram em se fixar em regiões propícias à vida. Um dos primeiros e mais importantes alvos do cultivo humano foram os cereais, especialmente o trigo e a cevada. ;De forma geral, esses homens realizaram uma seleção inconsciente para mutações benéficas, permitindo o surgimento das síndromes de domesticação, ou seja, de um conjunto de caracteres que distinguiam as plantas cultivadas dos seus ancestrais selvagens;, explica.
Por isso, assim como ocorreu com os animais, a domesticação das plantas foi uma tentativa de selecionar exemplares mais adaptados aos interesses humanos. Não apenas os homens tiraram vantagem dessa relação: se eles tinham comida à disposição e em abundância, as plantas não precisavam competir com outras por nutrientes, luz, água e espaço. A guarda humana, diz Ramos, permitiu que inúmeros subtipos de diferentes espécies surgissem, além de outras completamente novas.
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