Ciência e Saúde

Estudo de pesquisadores ingleses liga pessimismo a distúrbios do sono

Aqueles que dormem pouco ou muito tarde são mais propensos a pensamentos perturbadores repetitivos. O resultado indica que melhorar a qualidade do descanso pode ajudar a combater esse estado mental, comum em pessoas deprimidas

Paloma Oliveto
postado em 02/01/2015 11:51
Aqueles que dormem pouco ou muito tarde são mais propensos a pensamentos perturbadores repetitivos. O resultado indica que melhorar a qualidade do descanso pode ajudar a combater esse estado mental, comum em pessoas deprimidasQuem se sente incomodado com ideias pessimistas persistentes pode estar sofrendo, na verdade, com algum distúrbio do sono. Segundo uma pesquisa da Universidade de Binghamton, na Inglaterra, o horário em que se vai para a cama e a duração dos períodos de descanso têm relação com a dificuldade que alguns têm de parar de se preocupar. Pessoas que passam períodos curtos dormindo ou adormecem muito tarde são mais propensas a mergulhar em uma onda de pensamentos ruins, comparadas àquelas que dormem mais cedo e por mais tempo.

De acordo com Meredith Coles, diretora da Clínica de Ansiedade da universidade, pensamentos negativos repetitivos caracterizam-se por ideias incômodas que persistem na mente, sem que a pessoa pareça ter controle sobre elas. Esses indivíduos tendem a se preocupar excessivamente com o futuro, remoer fatos passados e sofrer com pensamentos perturbadores repetitivos. ;Esses pensamentos são muito típicos em pessoas que sofrem de distúrbio da ansiedade generalizada, depressão, estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo e ansiedade social. Ao mesmo tempo, sujeitos que têm esses problemas costumam apresentar problemas de sono;, observa Coles.



Jacob Nota, aluno de Coles e coautor da pesquisa, conta que estudos anteriores já haviam feito essa conexão. ;O que fizemos agora foi replicar esses estudos para verificar se também há uma relação entre esse tipo de pensamento e o horário em que a pessoa vai se deitar;, diz. Para tanto, eles pediram a 100 jovens adultos estudantes da universidade para completar uma bateria de questionários e fazer dois testes computadorizados. No processo, os pesquisadores verificavam o grau de preocupação, ruminação e obsessão dos universitários com alguma coisa ; essas são as três medidas sobre as quais o pensamento negativo se fundamenta. Os estudantes também deviam falar sobre seus hábitos de sono, se eram pessoas mais noturnas ou diurnas e se dormiam bastante de uma só vez ou fragmentavam o descanso, entre outras questões.

Os pesquisadores descobriram que pessoas que dormem pouco e vão para a cama mais tarde geralmente têm mais pensamentos negativos repetitivos que as outras. Isso foi observado, principalmente, entre os estudantes que se descreveram como pessoas de hábitos noturnos. ;Dormir no horário certo pode ser uma intervenção simples e barata para indivíduos que se incomodam com pensamentos intrusivos;, diz Nota. O estudo também sugere que o sono interrompido está ligado ao desenvolvimento desse tipo de ideia fixa. ;Pessoas em risco desse distúrbio de pensamento podem se beneficiar da estratégia de dormir por mais tempo;, afirma o estudante.

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