Agência France-Presse
postado em 06/01/2015 19:42
Miami- Astrônomos encontraram oito novos planetas orbitando a chamada "zona Goldilocks" ou região habitável do Universo, com temperaturas que permitem a presença de água e a possibilidade de vida, informou nesta terça-feira (6/1) a Sociedade Americana de Astronomia.O achado duplica o número de planetas conhecidos que tem tamanho similar ao da Terra e que se acredita sejam habitáveis orbitando em torno de estrelas. Dois dos oito novos planetas são mais parecidos com a Terra entre os já identificados até o momento fora do nosso sistema solar, destacaram astrônomos na 225; reunião da Sociedade de Astronomia, realizada em Seattle, Washington.
"A maioria destes planetas tem uma boa possibilidade de ser rochoso, como a Terra", destacou principal autor do estudo, Guillermo Torres, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica. Os planetas foram encontrados com a ajuda da missão Kepler da Nasa para a busca de novos mundos.
Como os planetas não eram suficientemente grandes para serem confirmados como tal, foi necessário ratificá-los através da medição de suas massas, com os cientistas utilizando um programa informático chamado BLENDER.
O mesmo programa "foi utilizado previamente para validar alguns dos achados mais icônicos do Kepler, entre eles os primeiros dois planetas com o mesmo tamanho da Terra, que orbitavam uma estrela similar ao Sol, e o primeiro exoplaneta menor que Mercúrio".
Apesar da curiosidade gerada pela possibilidade de haver vida em outro planeta como a Terra, os dois melhores candidatos estão tão distantes que saber mais sobre eles será um enorme desafio. Kepler-438b está em órbita de sua estrela a uma distância de 470 anos-luz da Terra. O outro, Kepler-442b, fica ainda mais longe, a 1.100 anos-luz.
O planeta Kepler-438b tem um diâmetro que é 12% maior que o da Terra, e mantém 70% de possibilidade de ser rochoso, destacaram os pesquisadores. Kepler-442b é um terço maior que a Terra, e os especialistas afirmam que a possibilidade de ser rochoso é de três em cinco.
"Não estamos certos de que um dos planetas seja realmente habitável", destacou um dos autores do estudo, David Kipping, também do Centro Harvard-Smithsonian. "Tudo o que podemos dizer é que são candidatos promissores".