Isabela de Oliveira
postado em 10/01/2015 08:07
Um território que não é nem da caça nem do caçador. De acordo com um estudo publicado recentemente na revista Science, a populosa Europa é uma das poucas regiões a alcançar o equilíbrio entre populações humanas e de grandes predadores. Na contramão da tendência de extinção que ameaça os carnívoros em todo o mundo, comunidades de lobos-cinzentos, ursos, linces e carcajus permanecem estáveis ou em ascensão no continente. O resultado é notável, consideram os autores do artigo, visto que a convivência com esses animais é culturalmente marcada pela tensão.
Como os dois principais motores da atual crise de biodiversidade ; aumento das cidades e consumismo exagerado ; não mostram sinais de fraqueza, é intuitivo prever que os grandes carnívoros resistiriam apenas em áreas altamente protegidas ou regiões remotas, afastadas de qualquer contato com pessoas. O conceito resulta do modelo norte-americano que separa populações humanas da vida selvagem e que, hoje, é aplicado em países tropicais e africanos.
Para verificar a validade desse conceito no continente europeu, Guillaume Chapron, pesquisador da Universidade Sueca de Ciências Agrárias e líder de uma equipe composta por 76 pesquisadores internacionais, levantou artigos sobre populações de predadores produzidos em 26 países do Velho Mundo. Os resultados foram positivos tanto em relação a animais em reservas quanto para os que vivem fora delas, com um destaque para a população de ursos-pardos, os carnívoros mais abundantes na Europa. Há cerca de 17 mil deles distribuídos permanentemente em 22 dos 26 países.
O lobo-cinzento ocupa o segundo lugar na lista, com uma população de mais de 12 mil animais espalhados em 28 países, seguido do lince-eurasiático, espécie que conta com 9 mil felinos identificados em 23 territórios. Os carcajus, no entanto, foram mais difíceis de encontrar. A estimativa para esses carnívoros de clima frio é de 1.250 exemplares restritos a três países: Noruega, Finlândia e Suécia. Entretanto, o número é considerável, visto que essas espécies vivem, exclusivamente, em regiões muito altas e frias.
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