Ciência e Saúde

Robô produz primeiro mapa tridimensional do gelo no Oceano Antártico

A ação in loco trouxe novas informações sobre as condições marinhas do planeta

Roberta Machado
postado em 12/01/2015 07:11
O submarino investigador já foi usado duas vezes, em 2010 e 2012: dados indicaram os efeitos causados no oceano pelo aquecimento global

Um pequeno submarino amarelo assumiu a grandiosa tarefa de investigar as áreas mais geladas do Oceano Antártico. Mas, diferentemente da embarcação que ficou famosa na letra dos Beatles de 1968, ninguém vive nele. Trata-se, na verdade, de um robô autônomo, programado para medir e analisar placas de gelo oceânico de perto. Batizado de SeaBED, o veículo criado por cientistas do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Austrália produziu sozinho o primeiro mapa tridimensional detalhado do gelo do Oceano Antártico.

Até então, a análise do gelo oceânico era feita basicamente por meio de observações via satélite. No entanto, a distância e outros fatores, como a neve acumulada sobre a área a ser examinada, podiam distorcer os dados colhidos pelos equipamentos do espaço. Informações mais detalhadas acabavam sendo obtidas no local mesmo, em missões que tinham como objetivo perfurar o gelo. Esses trabalhos também provaram ser complicados, já que a própria água congelada impede a passagem de navios de pesquisa.

SeaBED parece resolver todos esses problemas ao mergulhar para examinar o gelo por baixo, diretamente de dentro da parte líquida do oceano. O aparelho é preparado para circular a uma profundidade de até 30 metros e está programado para percorrer a imensidão azul em um inteligente modelo ziguezague que os pesquisadores chamam de ;padrão do cortador de grama;. Todos os movimentos são automáticos e pensados antes de o equipamento entrar na água.

Ele ainda conta com um design de casco duplo, que garante a estabilidade mesmo em meio à maré. ;Em termos de engenharia, é a combinação de equipamento, acústica e software que torna isso um desafio no ambiente polar, especialmente se você considerar que a água se move e gira enquanto está sendo mapeada por períodos de seis a oito horas;, explica Guy Williams, pesquisador do Instituto de Ciência Marinha e Antártica e um dos participantes do projeto.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação