Marcus Celestino
postado em 13/01/2015 07:06
Belo Horizonte ; As restrições quanto ao uso de remédios deveriam ser seguidas à risca. A automedicação, porém, é prática comum, potencializada pela facilidade com que se tem acesso a fármacos diversos no Brasil. É o caso dos esteroides androgênicos anabólicos, produzidos para auxiliar pacientes com hipogonadismo ; diminuição da função das gônadas (ovários ou testículos) ;, deficit de crescimento ósseo ou muscular e os que necessitam de estímulo a fim de desenvolver o apetite. O ;desvio de função; tende para a estética. Sem prescrição médica, pessoas recorrem a essas substâncias, também chamadas de anabolizantes, para ter um corpo escultural com menos esforço. A ingestão contraindicada pode acarretar diversos problemas que comprometem a saúde, como insuficiência renal, e até mesmo levar à morte.
Os anabolizantes são administrados tanto por via oral quanto por meio de injeções. Essas substâncias variantes da testosterona entram no organismo e se espalham por órgãos e tecidos. ;Há a estimulação das células musculares com retenção de líquido em demasia, o que acaba provocando um inchaço;, explica o oncologista Volney Soares Lima. A capacidade de contração do tecido também aumenta devido ao crescimento da produção de proteínas nas células. Com o maior poder de contratilidade aliado ao inchaço celular, fica mais fácil para o músculo ;crescer;. Esse processo é o primeiro passo para se adquirir o desejado tônus muscular.
Apesar dos benefícios, há efeitos colaterais em decorrência do uso de anabolizantes em excesso e sem acompanhamento médico. Como são metabolizados no fígado, eles tendem a provocar maior dano ao órgão. ;Aumenta-se muito o risco de desenvolvimento de tumores hepáticos;, alerta Volney Lima. Além da elevação da pressão sanguínea, do aumento do LDL (lipoproteína de baixa densidade) em detrimento do HDL (lipoproteína de alta densidade) e de alterações no ventrículo esquerdo do coração, os hormônios esteroides podem comprometer a fertilização feminina e masculina e causar disfunção erétil.
De acordo com o especialista em ginecologia e obstetrícia Antônio Eugênio Motta Ferrari, no caso da mulher, a nocividade é ainda maior. ;A quantidade exacerbada de hormônios masculinos no organismo feminino desregula totalmente a ovulação e a menstruação. Também há grande aumento do risco de cisto nos ovários;, diz. As alterações corporais são mais perceptíveis nelas. ;O engrossamento da voz é irreversível. Ocorre um aumento no clitóris e há também o surgimento da acne na pele, tal qual nos homens;, destaca o médico. ;A mulher sofre um processo de masculinização que pode, inclusive chegar a interferir na relação entre gêneros;.
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