Vilhena Soares
postado em 16/01/2015 06:09
Como numa montanha-russa. O voo dos gansos durante a migração em busca de um clima mais quente é cheio de altos e baixos. Em vez de seguir numa linha horizontal, as aves variam constantemente de altura, tudo para manter sempre a mesma distância da terra, ou seja, se lá embaixo está uma depressão, é hora de voar mais baixo. Surgiu um montanha, é hora de subir, mesmo que o bando já esteja a muitos metros do morro e não haja risco de choque.
A curiosa constatação foi feita por um grupo internacional de cientistas, que analisou o comportamento dos gansos-de-cabeça-pintada (Anser indicus) durante as viagens que realizam todos os anos entre o planalto tibetano e a Mongólia. Os autores do trabalho, que ilustra a capa da revista Science, acreditam que essa seja uma forma de os animais usarem a densidade do ar a seu favor, facilitando o longo deslocamento.
;Isso lhes daria a melhor oportunidade para obter assistência do voo, a partir do vento que é desviado para cima, conhecido como elevação orográfica (fluxo de ar ascendente causado pelas montanhas). Assim, as aves obteriam taxas adicionais de subida com uma redução em seus custos energéticos, ou, pelo menos, nenhum aumento de energia;, explicou, em um comunicado à imprensa, Robin Spivey, pesquisador da Universidade Bangor, no Reino Unido.
Monitoramento
De acordo com os pesquisadores, já se sabia que os gansos voam a grandes alturas durante grande parte do trajeto de migração. No entanto, a informação de que eles se deslocam num constante sobe e desce é nova. Para realizar essa observação, os autores instalaram sensores nas aves e coletaram, por anos, diversos dados, como altitude de pressão, aceleração do corpo e frequência cardíaca. ;Nós desenvolvemos dois modelos independentes para estimar as alterações do gasto energético das aves durante o voo;, disse Spivey. ;Um baseado em alterações na frequência cardíaca e outro com base nos movimentos verticais do corpo da ave.;
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