Ciência e Saúde

Estudos comprovam que soneca ajuda crianças a armazenar novas informações

A sono ajuda a formar a memória de longo prazo, que inclui recordações sobre fatos, acontecimentos, nomes, eventos, datas e palavras

Paloma Oliveto
postado em 17/01/2015 08:10
A pesquisadora Jane Herbert testa a capacidade de um bebê se lembrar de um fantoche:

Dormir, mamar, dormir, chorar, dormir, sujar as fraldas e voltar a dormir. A rotina de um bebê está quase toda centrada no bercinho. Eles passam boa parte do tempo de olhos fechados ; recém-nascidos gastam até 18 horas por dia cochilando, enquanto, aos 2 anos, 40% das atividades resumem-se a cair no sono. Esse, contudo, não é um tempo perdido. Ao contrário, estudos científicos evidenciam a importância desse descanso para a consolidação da memória, algo que já se sabia em relação a adultos. Principalmente nos primeiros 12 meses, ele é essencial para os pequenos armazenarem e se recordarem de fatos.

A pesquisa mais recente foi publicada nesta semana no jornal Pnas. Conduzida pela Universidade Ruhr-Bochum, na Alemanha, e pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra, ela mostrou que mesmo bebês muito novos, entre 6 meses e 1 ano, precisam de uma boa noite e de um bom dia de sono para formar a memória declarativa, também chamada de memória de longo prazo. Ela inclui recordações sobre fatos, acontecimentos, nomes, eventos, datas e palavras, por exemplo.

Avaliar isso em bebês que mal balbuciam é algo desafiador, o que justifica a carência de estudos, até agora, sobre o processo de formação da memória declarativa no primeiro ano de vida. Para tanto, os pesquisadores alemães e ingleses lançaram mão de uma estratégia lúdica: marionetes. Foram investigadas 216 crianças de 6 a 12 meses, visitadas em casa duas vezes, tanto imediatamente depois de os pequeninos terem caído no sono ou poucos momentos após a hora em que, normalmente, pelos padrões de cada um, eles estariam reiniciando uma soneca.

Na primeira visita, os pesquisadores usavam uma marionete para fazer determinadas ações, como se balançar ou se curvar. Na segunda visita, eles observaram quais desses movimentos seriam imitados pelos bebês quando eles vissem o boneco novamente. Um terceiro grupo não recebeu nenhuma demonstração da marionete antes de interagirem com ela na segunda visita. Dessa forma, os pesquisadores podiam testar quais ações eram espontâneas e quais se tratavam de uma imitação do que eles haviam visto anteriormente. O intervalo entre as duas visitas foi entre quatro e 24 horas.

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