Ciência e Saúde

Pessoas que se sentem pelo menos três anos mais jovens costumam viver mais

Moradores de Brasília contam como fazem para manter o descompasso entre os relógios cronológico e biológico

postado em 20/01/2015 09:32
Aos 82 anos, José Gontijo se sente com 60:

Há mais de 10 anos, José Gontijo, 82, vai à academia religiosamente três vezes por semana. ;É bom demais. Se tem uma coisa que me traz prazer, é a academia;, diz. A dedicação aos exercícios físicos sempre contou com o incentivo da família. ;Quando ele se aposentou, ficou muito parado em casa. Os filhos e eu começamos a falar para ele fazer alguma atividade física. Sem trabalhar, só em casa assistindo à televisão, não dá;, conta Neiva Gontijo,73, mulher de José. O casal também adora dançar. ;Quando nós viajamos a Caldas Novas, vamos a uma seresta. Chego lá e já tem o meu lugar marcado;, conta o aposentado.

Com um bom condicionamento físico e muita disposição para se divertir, José garante ter encontrado a fórmula da juventude. Na nona década de vida, ele diz estar com pontos a menos nessa matemática. ;Tenho 82 anos, mas, na minha cabeça, acho que tenho 60. Eu tenho disposição para tudo. Aqui, não tem moleza e preguiça não;, avisa. Um estudo recente da University College London (UCL) traz a constatação científica da boa fase exibida pelo morador da Octogonal. Os pesquisadores da instituição britânica concluíram que idosos que se sentem pelo menos três anos mais jovens têm uma expectativa de vida maior do que aqueles que se sentem mais velhos que a idade cronológica.



Eles chegaram à conclusão depois de entrevistar 6 mil britânicos com idade média de 65 anos. Dos participantes do estudo, 70% consideravam ser pelo menos três anos mais jovens, 25% se sentiam próximos à idade cronológica e quase 5% se consideravam mais velhos. Eles foram acompanhados durante 99 meses. A taxa de mortalidade foi de 14,3% entre os idosos do primeiro grupo; de 18,5 entre os do segundo e de 24,6% entre aqueles que se sentiam mais velhos.

Um dos responsáveis pelo estudo, Andrew Steptoe ressalta que os resultados reforçam a importância de incentivar os idosos a não ficarem parados. ;Encorajar as pessoas mais velhas a sentirem que não são capazes de fazerem certas coisas, fisicamente e psicologicamente, causa um impacto negativo na maneira como elas se sentem em relação à idade que têm;, diz.

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