Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Com mal raro, jovem passou 15 anos sem sentir nenhum tipo de cheiro

Ela respirava somente pela boca e assim levou a vida até descobrir ter atresia de coana

Belo Horizonte ; O cheiro de chuva, do chocolate do bolo saindo do forno, o aroma das flores, o perfume no abraço. São infinitos os odores. Cada um com um comando enviado ao cérebro que causa uma sensação diferente, pessoal. Ana Gabriela nasceu e ficou 15 anos sem sentir nada disso. Respirava somente pela boca e assim levou a vida até descobrir ter atresia de coana, uma parede osteomembranosa que se forma na parte final do nariz, tampando a passagem de ar.



Via-sacra

A atresia foi constatada aos 11 anos, mas a recomendação médica foi de que o casal aguardasse a filha entrar na adolescência para fazer a cirurgia. No mês passado, a jovem foi submetida ao procedimento no Hospital Universitário São José, em Belo Horizonte. Duas semanas depois, contou que estava dormindo bem melhor, começava a sentir novos cheiros e a melhorar o paladar.

;O primeiro cheiro que senti foi de hospital e, o segundo, da comida da minha mãe;, conta a adolescente, sobre o estrogonofe que sempre comia, mas que, agora, tem um gosto diferente. Ainda hoje, ela se assusta e chega a sufocar com cheiros muito fortes. A mãe conta que, agora, a filha consegue dosar a quantidade de perfume. ;Antes, passava demais e não sentia nada.;