Patricia Giudice
postado em 21/01/2015 08:00
Belo Horizonte ; Com seca e ameaça constante de racionamento nas grandes capitais brasileiras, o tema da água não sai da pauta política nem das pesquisas acadêmicas. Uma das grandes dúvidas que leva à análise por especialistas e a uma busca incansável por respostas é como reutilizar o esgoto doméstico sem que os resíduos impliquem em prejuízos à saúde. Na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade de Campinas (Unicamp), doutorandos desenvolveram um método que permite a irrigação de plantações de cana-de-açúcar com o resíduo do próprio estabelecimento de ensino. Foi um exemplo da dimensão que a técnica pode tomar.Além de reaproveitar a água, o sistema reduz o consumo de adubo e a emissão de gases do efeito estufa. O projeto, dos pesquisadores Eduardo Augusto Agnellos Barbosa e Leonardo Nazário Silva dos Santos, venceu o Prêmio de Responsabilidade Ambiental do Grupo Anhanguera de Comunicação e foi reconhecido pela Sociedade de Abastecimento de Águas e Saneamento S/A de Campinas (Sanasa). Segundo Eduardo Augusto, a redução da água fica entre 60% e 70% na técnica. A irrigação é feita aplicando o esgoto doméstico diretamente na raiz da planta, por gotejamento.
Uma fita gotejadora é colocada no solo, para que a água caia diretamente na cana-de-açúcar. O método é diferente do mais usual, que é na forma de chuva ou pela formação de valas no terreno, cujo gasto de recursos hídricos é maior. E ainda permite a melhor absorção dos nutrientes pela planta. ;É um agente poluente e outro consumidor de água. A técnica reutiliza os dois, tem os dois benefícios;, afirmou o professor. O doutor em água e solo e engenheiro agrônomo explica que, com o gotejamento, a superfície e a parte alta da planta não ficam molhadas, evitando contaminação.
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