Roberta Machado
postado em 23/01/2015 06:09
Os primeiros dados colhidos pela sonda Rosetta estão ajudando os cientistas a conhecer melhor o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, o primeiro objeto do tipo a ser visitado por uma missão espacial. O corpo celeste de formato incomum dá sinais de que está no estágio avançado de uma vida muito ativa, que pode ter começado há mais de 4,5 bilhões de anos e guardar respostas sobre a história da Via Láctea e do Universo. Um relatório sobre as primeiras descobertas da missão foi publicado em uma edição especial da revista Science, na qual uma série de artigos descrevem a estrutura do cometa e levantam teorias sobre o seu passado.A sonda enviada pela Agência Espacial Europeia (ESA) acompanha o 67P desde agosto, quando encerrou uma caçada pelo espaço que durou mais de uma década. A missão permitiu o registro de imagens e informações sobre um cometa ativo com detalhamento inédito, impossível de ser obtido a partir da Terra. A espaçonave ainda liberou, em novembro, o robô Philae, que pousou na superfície do corpo e realizou um intenso trabalho de reconhecimento da superfície rochosa antes de se desligar por falta de energia, 60 horas depois.
;O principal objetivo da missão é aprender mais sobre o Sistema Solar ao estudar um cometa de perto. Para isso, Rosetta vai construir um perfil global, estudando a interação dos ventos solares e a composição detalhada da cauda e do núcleo. Além disso, essa é a primeira missão a estudar esses assuntos ao longo do tempo e analisar a evolução dos cometas;, explica Myrtha Haessig, pesquisadora do Instituto de Física da Universidade de Berna, na Suíça.
Elementos de vida
Os equipamentos encontraram uma complexa mistura de elementos orgânicos compatível com a formação dos principais componentes que fazem parte da vida na Terra. Os dados corroboram a teoria de que os cometas tenham trazido esse material para o planeta no passado, quando floresceram em um ambiente propício e deram origem a componentes como aminoácidos e, posteriormente, aos seres vivos.
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