Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudos desvendo como o olfato é importante na percepção do mundo

Os aromas podem, por exemplo, fazer alguém parecer mais competente ou dar a sensação de que um ambiente é menos espaçoso

Ele não se pega, não se come, não se escuta nem se vê. Talvez, por isso, de todos os sentidos, o olfato seja o mais subestimado pela cultura ocidental. Enquanto povos do Oriente sempre valorizaram os aromas como parte essencial da identidade ; os Temiar, da Península da Malásia, acreditam, inclusive, que cada indivíduo tem uma ;alma do odor;, localizada nas costas ;, no Ocidente os cheiros têm apelo menor. A própria linguagem é reflexo disso. Visão, audição e tato são sempre associados a qualidades: fala-se de pessoas visionárias, boas ouvintes, de bom gosto, que agem com destreza; Mas não há equivalente para o olfato.

Pesquisas recentes, porém, mostram que o imperador dos sentidos, como é chamado pelos orientais, desempenha papel importantíssimo sobre a percepção que se tem da realidade. Um ambiente pode parecer mais vazio ou lotado, dependendo apenas do perfume que emana no ar. Uma pessoa transmite mais ou menos confiança somente pelo cheiro da pele. ;Na verdade, os aromas são manipuladores. Eles interferem no humor, no pensamento e no comportamento;, define Patricia Wilson, pesquisadora da Universidade de La Salle, na Filadélfia, especialista na influência dos sentidos sobre a vida social.

É preciso ter isso em mente para tirar proveito do potencial olfativo, advoga Wilson. Ao procurar emprego, por exemplo, todo mundo se preocupa com o visual, o tom de voz e os gestos. Mas poucos sabem que os aromas também são importantes para criar uma boa primeira impressão. Foi o que mostrou uma pesquisa da Faculdade Le Moyne, em Syracusa, Nova York. As psicólogas Nicole Hovis e Theresa White pediram que 65 estudantes de graduação cheirassem um frasco com aroma de limão e outro com odor de cebola. Um terceiro recipiente não tinha fragrância alguma. Enquanto isso, os participantes observavam uma silhueta de gênero indefinido. As pesquisadoras pediram, então, para que eles dissessem que impressão tiveram dessa silhueta e preenchessem um questionário, dando notas para vários traços de personalidade.

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