Isabela de Oliveira
postado em 03/02/2015 06:09
Pesquisadores italianos conseguiram desvendar o conjunto de tatuagens mais antigo do mundo. As marcas estampam a pele de ;tzi, também conhecido como Homem do Gelo, múmia que permaneceu preservada em uma geleira dos alpes tiroleses por 5,3 mil anos e, desde que foi descoberta, é alvo das mais variadas pesquisas. O ancestral caçador-coletor já ajudou, por exemplo, na comprovação de que a aterosclerose é uma doença milenar (suas veias eram cheias de placas de gordura acumuladas) e na investigação sobre a intolerância à lactose (outro problema que afetava o antigo europeu). Agora, estudos mais detalhados de sua pele dá pistas de que as pinturas corporais podem ter surgido com intuitos medicinais, uma vez que as tatuagens pareciam sinalizar os pontos em que ;tzi sentia mais dor devido a doenças degenerativas que também o afligiam.Parte das tatuagens do Homem do Gelo foi notada assim que ele foi encontrado, em 19 de setembro de 1991, nos alpes ;tztal, pelos alpinistas Erika e Helmut Simon. Algumas, entretanto, jamais tinham sido vistas, porque o tempo sob o gelo fez com que a pele escurecesse. Em estudos anteriores, especialistas estimaram a presença de 49 a 57 marcas agrupadas em 16 áreas do corpo. Agora, com técnicas mais modernas, uma equipe liderada por Marco Samadelli, da Academia Europeia de Bolzano, na Itália, concluiu que são 61 tatuagens em 19 regiões.
As marcas são linhas que variam de 1mm a 3mm de espessura e 7cm a 40cm de comprimento, geralmente paralelas umas às outras. As maiores foram encontradas no pulso da mão esquerda, e duas cruzes adornam o tornozelo esquerdo e o joelho direito da múmia. O estudo foi publicado recentemente no Journal of Cultural Heritage.
Como os pontos do corpo sinalizados pelos riscos ; basicamente articulações e a parte inferior das costas ; deveriam doer mais, o novo estudo reforça a hipótese de que as tatuagens tiveram mais importância terapêutica do que decorativa, servindo como pontos de aplicação de tratamentos médicos direcionados, como uma espécie de acupuntura praticada na Europa Central há 5 mil anos. Pesquisas anteriores, que levaram em consideração a avaliação de acupunturistas, mostraram que pelo menos nove das marcas foram feitas a até 6mm dos pontos da terapia milenar. Outras duas estão enquadradas em um meridiano da técnica.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.