As células cancerígenas geralmente passam por uma reprogramação metabólica que as permite absorver mais nutrientes e aumentar o metabolismo. A glicose e a glutamina são os favoritos desse cardápio por serem essenciais à sobrevivência e à proliferação dos tumores malignos. O principal exame de imagem para a detecção de cânceres, a tomografia por emissão de positrões, funciona baseado nesse conhecido. Também chamada de PET Scan, é hoje uma ferramenta clínica valiosa e utilizada rotineiramente no diagnóstico, na classificação e na análise de cânceres e na avaliação da eficácia das terapias. No entanto, não funciona bem na avaliação de tumores cerebrais primários, uma vez que também ocorre alto metabolismo de glicose no cérebro não acometido pela doença.
O problema começa a ser resolvido com uma nova possibilidade de exame desenvolvida por pesquisadores do Departamento de Patologia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Na edição publicada nesta semana da revista científica Science Translational Medicine, o professor Sriram Venneti focou o trabalho em outra substância irresistível aos tumores, a glutamina. Trata-se do aminoácido mais abundante no plasma, sendo que muitos cânceres são viciados nele, como neuroblastomas, linfomas, carcinomas renais e adenocarcinoma pancreáticos. Todos esses tipos de tumores malignos têm o metabolismo de glutamina alterado para suportar o seu crescimento e a sua sobrevivência.
A ideia foi trocar a visualização do metabolismo gerado pela glicose pela atividade celular originada pela glutamina. Pode parecer simples, mas a execução tornou-se complexa. Primeiro, criou-se um marcador grifado radioativamente para a glutamina, assim como existe um para a glicose. ;Trabalhamos com a hipótese de que o vício dos gliomas por glutamina pode ser aproveitado na detecção da imagem desse câncer in vivo feita com o PET a fim de avaliar a absorção de nutrientes alterada nos tumores;, completa.
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