Ciência e Saúde

Identificada em Cuba, versão mais potente do HIV evolui 3 vezes mais rápido

Cepa do vírus da Aids evolui mais rápido no corpo, encurtando o tempo de manifestação da doença em cerca de sete anos. Estima-se que ela tenha contaminado até 20% dos pacientes

postado em 19/02/2015 08:49
Cientistas identificaram uma cepa do vírus HIV mais rápida e agressiva. Dentro do corpo humano, a linhagem conhecida como CRF19 é capaz de evoluir três vezes mais rápido que outros subtipos. Pode levar à Aids em menos de três anos, sendo que o tempo médio para a manifestação da doença é de 10 anos. O CRF19 foi detectado pela primeira vez em partes da África em 2005, mas recentemente causou o que parece ser uma epidemia em Cuba.

;Os médicos cubanos notaram que havia mais e mais pacientes que estavam progredindo para a Aids muito mais rápido do que estavam acostumados;, explicou à Voice of America Anne-Mieke Vandamme, professora do Instituto Rega de Pesquisas Médicas, na Bélgica, e responsável pela detecção da nova cepa. A pesquisa, publicada na revista EbioMedicine, também contou com a participação de cientistas portugueses, colombianos, cubanos e de um especialista do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz, da Fiocruz.

Cepa do vírus da Aids evolui mais rápido no corpo, encurtando o tempo de manifestação da doença em cerca de sete anos. Estima-se que ela tenha contaminado até 20% dos pacientes

[SAIBAMAIS]O CRF19 já é a terceira cepa mais comum no país latino, afetando entre 17% e 20% dos infectados pelo vírus da Aids. No entanto, os pesquisadores atestam que nenhum dos contaminados pela nova cepa apresentou resistência maior ao tratamento com antirretrovirais disponível. De acordo com Vivian Kourí, do Instituto de Medicina Tropical de Havana e participante do estudo, a possibilidade de que a terapia tradicional seja eficaz ainda é a mesma.



Entre os infectados com a nova cepa, uma parte significativa dos pacientes é heterossexual e relatou uma tendência menor a usar proteção durante as relações sexuais. O novo cenário preocupa os médicos, pois muitos pacientes podem ter desenvolvido a doença antes mesmo de saber que foram infectados pelo vírus HIV. Várias das pessoas incluídas no estudo ; infectadas pela nova cepa e pelas já conhecidas ; relataram que foram submetidas a testes que deram falsos negativos um ou dois anos antes de terem a doença manifestada.

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