Desde que anunciou ter retirado os seios e o útero devido a uma forte carga genética hereditária para o desenvolvimento de cânceres, Angelina Jolie virou referência quando o assunto é a prevenção ao mal do século. Existem, no entanto, percalços ainda não explorados ao transformar a teoria em prática. A decisão já difícil de Jolie poderia ser ainda mais complicada. Para descobrir a hereditariedade genética de algumas doenças, é necessário investigar também os ascendentes, pais e avós, que podem já ter morrido. Nessas condições, surgem embates éticos e jurídicos. Como ter acesso ao mapa genético sem o consentimento direto desse parente? A quem pertence a informação genética de um indivíduo depois que ele morre?
As respostas ainda estão sob discussão no campo científico, na bioética e no meio jurídico. Entre os argumentos favoráveis à divulgação post-mortem do código genético, está a promoção da saúde e do bem-estar ao se disponibilizar maior controle sobre a vida, permitindo, por exemplo, que pessoas optem por um tratamento preventivo contra uma potencial herança genética indesejada. Ao mesmo tempo, ainda que na intenção de ajudar, essa publicidade viola o direito de um indivíduo de não saber esse tipo de informação.
Um artigo de opinião publicado na última edição da revista científica Trends on Molecular Medicine busca avaliar os argumentos atuais sobre como divulgar a informação genética de pessoas mortas, além de oferecer sugestões que possam ajudar no desenvolvimento de políticas nesse sentido. Segundo a equipe de pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Utrecht, na Holanda, há um consenso de que alguns subconjuntos de informação genética devem ser divulgados ao paciente, mas a revelação deles aos parentes é menos consensual.
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