Paloma Oliveto
postado em 15/03/2015 08:03
Arroz, feijão, bife e ovo. Para muita gente, o sinônimo de uma refeição. Contudo, um número crescente de pesquisas vem indicando que é melhor retirar a carne do prato e rechear o espaço vazio com produtos de origem vegetal. De acordo com estudos recentes, o vegetarianismo não apenas evita doenças cardiovasculares ; benefício já conhecido;, mas melhora o bem-estar emocional, diminui o percentual de gordura corporal e previne alguns tipos de câncer. Mesmo quem não consegue ficar completamente longe dos produtos de origem animal pode se beneficiar ao aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras em detrimento da carne.Na edição deste mês da revista Jama Medicine, da Associação Médica Americana, um estudo mostrou que a dieta vegetariana diminui significativamente os riscos de desenvolvimento do câncer colorretal, o segundo tipo mais comum entre mulheres e o terceiro entre homens no Brasil, segundo números do Instituto Nacional de Câncer. Na publicação Incidência de câncer no Brasil ; estimativas 2014, o Inca destaca que essa doença é resultado de interação de fatores internos e ambientais, sendo que a dieta é o principal deles, com a ingestão de carne vermelha e de embutidos sendo considerada o fator de risco crucial.
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Na pesquisa norte-americana, investigadores da Universidade Lorna Linda, na Califórnia, constataram que os participantes que seguiam uma dieta vegetariana apresentaram risco 22% menor de desenvolver a doença, com 19% menos chances de ter câncer de cólon e 29% menos de câncer retal. Foram analisados dados de 77.659 homens e mulheres recrutados de um estudo longitudinal que durou entre 2002 e 2007. ;Muitos estudos sugerem que a alimentação rica em carne vermelha e em carne processada pode aumentar o risco do câncer colorretal, enquanto que a forte em frutas, vegetais e grãos integrais tem sido associada à redução. Queríamos ver se o consumo de vegetais, de fato, poderia afetar o risco de desenvolver essa doença;, explica Michael J. Orlich, coautor do artigo.
Nesse caso, quem mais se beneficiou foram as pessoas que não ingeriam carne vermelha nem ave, mas comiam peixe. Elas apresentaram risco 49% menor, seguidas das lacto-ovovegetarianas (redução de 18%), da veganas (16% a menos) e das flexíveis (risco 8% mais baixo). De acordo com Orlich, há algumas pistas sobre a relação do consumo de carne vermelha e o câncer colorretal: ;Não há consenso ainda das causas, mas há teorias que culpam substâncias químicas que a carne produz e que, no trato digestivo, se convertem em compostos cancerígenos;, conta. Também há evidências de que, no cólon, a carne modifica o DNA das células, tornando-as suscetíveis à formação de tumores.
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