O que fazer para alcançar o equilíbrio emocional? De que forma a psicologia e as religiões podem ajudar nesta busca? Segundo a Organização Mundial de Saúde, dados de 2013, mais de 350 milhões de pessoas no mundo têm depressão. E as perspectivas para o futuro não são boas. A OMS acredita que até 2030, o número de depressivos será maior do que o de portadores de doenças como o câncer e a Aids. A maneira como encaramos a vida, a visão que temos das coisas e a forma como reagimos em momentos de crise podem dar boas pistas sobre o nosso estado emocional.
O caminho do equilíbrio passa necessariamente pelo "espelho". De que forma você tem reagido aos acontecimentos da sua vida? Como tem lidado com as suas emoções? O que tem feito para evitar desentendimentos quando sente que está prestes a explodir com alguém ou quando uma situação está difícil demais de suportar? Como procura se acalmar? Entrevistados pelo Diario, psicólogas e religiosos foram unânimes em declarar que o primeiro passo para lidar com as emoções é o autoconhecimento. Para eles, é impossível ter o domínio do que sentimos se não entendemos os nossos limites e as razões pelas quais ;saímos do eixo;.
Já a psicóloga organizacional Monike Cordeiro Gouveia chama atenção para a ;qualidade; dos nossos pensamentos. Segundo ela, são os pensamentos que geram as emoções e, por sua vez, as emoções geram reações ou comportamentos que expressamos em uma dada situação. ;Precisamos entender como percebemos a vida e como nos relacionamos com ela, saber como os nossos padrões de pensamento estão se estruturando, para daí compreendermos as emoções que estes estão gerando;, ensina.
Nos atendimentos que faz, Monike conta que é comum escutar pacientes culpando os outros ou a própria vida pela falta de equilíbrio que sentem, pelas reações impulsivas e devastadoras que têm, quando, na verdade, precisam de um olhar mais atento ao seu mundo interior. ;A forma como eu me percebo em relação ao mundo pode gerar pensamentos distorcidos, e estes geram emoções negativas que certamente afetarão negativamente o equilíbrio emocional que é necessário para construirmos relacionamentos saudáveis;.
A advogada trabalhista Flávia Lima tem experimentado os benefícios que a terapia promove na área emocional, mas confessa que é difícil. ;Não é fácil deparar-se consigo mesmo. Você é levado a refletir sobre suas ações e nem todo mundo está disposto a isto. No início você se assusta, se inquieta, mas percebe que precisa encarar suas características, as coisas boas e ruins;. Flávia conta que aprendeu a conhecer melhor seus próprios limites, a saber até onde suportava uma situação. Antes, era a vida que a levava; hoje, garante, tem muito mais consciência das decisões que toma e das consequências das mesmas.