Entre os prejuízos causados ao corpo pelo uso excessivo de antibióticos, um dos que mais preocupam os médicos é a destruição de bactérias que compõem a flora intestinal. Preocupado com esse efeito colateral, um grupo de pesquisadores portugueses e espanhóis resolveu testar uma molécula que pudesse proteger o intestino desse problema, alcançando resultados promissores. O trabalho, publicado no jornal Cell Reports, mostra que a estratégia foi eficaz em ratos, e os autores do estudo acreditam que o sucesso pode ser repetido, futuramente, para a microbiota humana.
A molécula é chamada de autoindutor-2 (AI-2). Ela funciona como um sinal químico produzido na comunicação entre as bactérias e já vinha sendo estudada por outros grupos. ;Uma de nossas parceiras passou muito tempo de sua carreira pesquisando e tentando compreender a comunicação bacteriana e como as diferentes espécies se comunicam e interferem umas nas outras por meio do sinal AI-2;, justifica ao Correio Jessica Thompson, coautora do estudo e pesquisadora do Instituto Gulbenkian de Ciência, em Portugal.
A cientista explica que os estudos anteriores mostraram que essa molécula poderia ajudar na regulação do número de bactérias da flora intestinal, protegendo-as de efeitos externos. No entanto, as pesquisas precisavam de dados mais concisos, que evidenciassem esses efeitos. ;Esses testes olharam apenas para o que acontece in vitro (em tubos de ensaio e configurações de laboratório), mas essas condições são muito diferentes nos ambientes naturais. Muitas vezes, elas são cercadas por pressões ambientais diferentes e complexas;, destaca a autora.
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