Ciência e Saúde

Poucos pacientes podem optar por mesma decisão de Jolie, dizem médicos

Atriz revela em jornal que, há uma semana, retirou os ovários e as trompas para evitar um câncer. Há dois anos, extirpou as mamas pelo mesmo motivo. No artigo, diz estar tranquila com a decisão

Vilhena Soares
postado em 25/03/2015 09:42
;É possível assumir o controle e enfrentar de frente qualquer problema de saúde. Você pode buscar aconselhamento, estudar as opções e tomar as decisões que são apropriadas para você. Conhecimento é poder.; Assim, a atriz Angelina Jolie justificou ontem, em um artigo publicado no jornal The New York Times, a decisão de se submeter a uma segunda cirurgia como prevenção ao câncer. Há dois anos, a também diretora de cinema de 39 anos retirou as duas mamas. Na semana passada, os ovários e as trompas de Falópio.

Rafael Amaral de Castro, oncologista do Hospital Santa Lúcia de Brasília, destaca que o caso de Angelina é bem específico, condição que resultou na necessidade da retirada dos órgãos como uma medida extrema. ;A mutação que ela possui, a BRCA-1, já aumenta consideravelmente as chances de ter a doença. E, como ainda há os casos da doença na família, há uma chance razoável de ocorrência do problema;, diz. Segundo Castro, opções diferentes das cirurgias preventivas poderiam não trazer tanta garantia a Jolie. ;É uma discussão comum entre os médicos, retirar ou não o órgão. Mas outras medidas, como o rastreamento, que teria que ser feito pelo resto da vida, podem trazer falhas, ou seja, são arriscadas;, acrescenta.



Farid Buitrago, chefe do Núcleo de Assistência de Detecção Precoce do Câncer da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, também destaca que o caso da atriz hollywoodiana representa uma parcela pequena de pacientes. ;Essa cirurgia preventiva não é recomendada para todas as pessoas. Somente para quem tem uma alteração genética com alto risco de desenvolvimento do câncer e vários casos na família;, detalha. ;As mamas ofereciam mais riscos de câncer, mas, como os ovários apresentavam o mesmo perigo, essa era a próxima fase a ser seguida.;

O especialista também ressalta que o uso de CA-125 como rastreador da doença não é um consenso na área médica. ;Esse marcador foi ligado à ocorrência do câncer, mas também pode apontar outros problemas de saúde, como a endometriose, o que pode confundir. É algo que precisa ser analisado com mais cuidado;, acrescenta.

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