Às vezes, os mecanismos de defesa do corpo agem de forma inesperada. Quando isso ocorre, em vez de curar, o sistema imunológico provoca doenças ou dificulta o tratamento delas. É o caso de cânceres, alergias, lúpus e artrite reumatoide. Há, entretanto, uma forma de reverter a confusão das células de defesa. Trata-se da imunoterapia, técnica que utiliza o sistema imune do próprio paciente para alcançar alvos específicos que atuam por trás das enfermidades. A edição de hoje da revista Science Translational Medicine destaca os progressos e os desafios desse procedimento que, dizem especialistas, tem potencial de revolucionar a medicina de precisão.
A descoberta de como o sistema imune se comporta e da tolerância imunológica na década de 1950, além do mapeamento de mecanismos celulares e moleculares realizados a partir dos anos de 1970, sustentam as bases biológicas dos tratamentos de imunoterapia que emergem hoje. Basicamente, eles alteram o comportamento do sistema de defesa, fazendo com que ele ataque ou descanse, dependendo da situação.
Desde que a guerra contra o câncer foi declarada pelos cientistas, por volta de 1970, são desenvolvidas drogas e tratamentos com radiação cujo alvo são as células doentes, causando, assim, uma destruição em massa dos tumores. A abordagem é eficiente em alguns casos, mas não é incomum que os tumores reapareçam com mutações fortes o suficiente para driblar a ação dos medicamentos. A saída mais recente e promissora nesse sentido é a imunoterapia personalizada, que, conforme muitos pesquisadores e médicos já comprovaram, alcança vitórias sobre alguns tipos da doença.
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