Ciência e Saúde

Cientistas alcançam resultados inéditos com nova vacina para leishmaniose

São registrados em média 28 mil casos da doença por ano %u2014 foram 585.315 desde 1990, quando o Ministério da Saúde passou a contabilizar os episódios

postado em 28/03/2015 07:48

Nos últimos 30 anos, a leishmaniose deixou as áreas rurais e passou a ser também um problema de saúde pública das cidades. São registrados em média 28 mil casos da doença por ano ; foram 585.315 desde 1990, quando o Ministério da Saúde passou a contabilizar os episódios. Ainda não há vacinas contra a leishmaniose em humanos, mas pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz em parceria com o Laboratório de Imunofarmacologia do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro comemoram resultados promissores e inovadores nesse sentido.

Uma das grandes dificuldades em desenvolver uma vacina contra a Leishmania braziliensis, que causa a leishmaniose cutânea, é encontrar um modelo experimental que consiga reproduzir o modo como o protozoário se manifesta nos homens. ;Normalmente, são usados camundongos, mas a doença se mostrava muito diferente nessa espécie em relação ao ser humano;, explica Eduardo Fonseca Pinto, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). No estudo comandado por ele, a equipe inova ao usar o hamster dourado nos testes, aumentando, assim, a proximidade orgânica com o ser humano e as chances de desenvolvimento de um produto eficaz e seguro.

A vacina foi produzida a partir do antígeno LaAg, extraído por meio do rompimento de proteínas do próprio parasita. A substância foi descoberta em estudo anterior, no doutorado de Eduardo Fonseca em conjunto com a pesquisadora Bartira Bergman. Nesse trabalho preliminar, a dupla detectou, em ratos, proteção parcial contra o Leishmania amazonensis, causadora de um tipo menos comum de leishmaniose.

Os bons resultados levaram os especialistas a empreenderem o teste também com a espécie L. braziliensis. Eles dividiram as cobaias em três grupos. O primeiro recebeu a vacina intramuscular (por meio de agulha), o outro por via nasal (com gotas aplicada no focinho do animal) e o terceiro funcionou como controle, não recebendo nenhuma imunização.

Os primeiros resultados mostraram que os bichos que receberam o antígeno via intramuscular não ficaram protegidos; ao contrário, as lesões cutâneas pioraram. ;O grupo de hamsters em que foi aplicada a vacina intranasal apresentou um total de 74% de animais protegidos total ou parcialmente;, comemora Pinto.

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