Ciência e Saúde

Abuso sexual: maior parte dos agressores conhece vítima, diz estudo

Cerca de 70% dos criminosos têm total capacidade de entender a gravidade do ato

Isabela de Oliveira
postado em 31/03/2015 06:15

Cerca de 70% dos criminosos têm total capacidade de entender a gravidade do atoAs imagens mais frequentes de um criminoso sexual são de um homem à espreita, um estranho que observa crianças no parquinho ou alguem que passa a maior parte do tempo recluso, obcecado com pornografia e sofrendo com algum transtorno psíquico. Embora registros policiais mostrem que alguns praticantes dessa forma de violência correspondam a essa representação, dados apontam que os estereótipos são mais exceção do que regra.

De acordo com um estudo produzido recentemente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os agressores, em grande parte das vezes, não são tão deslocados socialmente quanto se imagina, conhecem as vítimas e não têm diagnóstico de doença mental, sendo capazes de entender a gravidade de seus crimes.

Na análise, uma equipe coordenada pelo psiquiatra Alexandre Martins Valença investigou as características sociodemográficas, as correlações clínicas, as características de comportamento criminoso e o nível de responsabilidade penal dos infratores sexuais encaminhados para avaliação psiquiátrica forense na capital fluminense. Ao todo, os pesquisadores revisaram 44 relatórios produzidos em 2008 por especialistas indicados por tribunais referentes aos crimes de estupro, tentativa de estupro, atentado violento ao pudor e exposição indecente.

O levantamento mostrou um perfil bem diferente do que ainda faz parte do imaginário de muitas pessoas. Além das características descritas anteriormente, a maior parte dos casos envolvia pessoas empregadas em tempo parcial. O único ponto que corresponde ao estereótipo é que, em todos os casos, os suspeitos eram homens. ;De fato, muito eventualmente, aparece uma agressora do sexo feminino. E, às vezes, quando acontece, o crime é cometido em parceria com um homem;, atesta Hugo Ricardo Valim de Castro, perito médico-legista e chefe da Sessão de Sexologia Forense da Polícia Civil do Distrito Federal, que não participou do estudo.

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