Ciência e Saúde

Cientistas usam impulsos elétricos em ratos para produzir neurônios

A técnica é um procedimento terapêutico que já vem sendo usado para tratamento de mal de Parkinson e de distonia, problema caracterizado por contrações musculares involuntárias e espasmos. A equipe acredita que o efeito se repetirá em humanos

postado em 07/04/2015 06:20

Segundo Lee Wei Lim (esquerda) e Ajai Vyas, a memória das cobaias melhorou após o procedimento

Em todo o mundo, 47 milhões de pessoas sofrem de demência. Um número que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, poderá triplicar até 2050. Na luta por um tratamento eficaz, cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, saíram à frente e descobriram uma forma de reverter o processo enviando impulsos elétricos para áreas específicas do cérebro, o que estimula o crescimento de novas células no órgão. O resultado da pesquisa, feita com modelos animais, foi publicado na edição de ontem da revista especializada eLife, da Sociedade Max Planck e do Wellcome Trust.

A técnica, conhecida como estimulação cerebral profunda (ECP), é um procedimento terapêutico que já vem sendo usado para tratamento de diversas condições neurológicas, como o mal de Parkinson e a distonia, problema caracterizado por contrações musculares involuntárias e espasmos. Alguns centros de pesquisa também investigam a eficácia dela contra doenças psiquiátricas ; depressão e transtorno obsessivo-compulsivo, por exemplo. O método consiste em um implante cirúrgico, semelhante a um marca-passo, no crânio do paciente. O equipamento envia sinais elétricos para o cérebro, estimulando a ativação de circuitos específicos.

Agora, os cientistas asiáticos constataram que a ECP também pode ser usada para fazer nascer novas células cerebrais, mitigando os efeitos da demência e melhorando as memórias de curto e longo prazos. A pesquisa mostrou que os neurônios podem ser formados a partir do estímulo da parte frontal do cérebro, que está envolvida na retenção das lembranças. Além disso, as novas populações celulares reduziram a ansiedade e a depressão, e promoveram melhoras nos testes de aprendizagem. ;Cerca de 60% dos pacientes não respondem aos tratamentos antidepressivos, nossa pesquisa abre novas portas para opções mais efetivas;, diz Lee Wei Lim, professor da Universidade de Sunway, na Malásia, e coautor do estudo.

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