postado em 13/04/2015 06:14
Algo difícil de imaginar, o ataque de sono é justamente o principal sintoma de pessoas que sofrem com a narcolepsia, um distúrbio primário do sistema nervoso central que também provoca perda da força muscular. Cercada de mitos e folclore, a doença pode incapacitar funcionalmente um indivíduo, uma vez que ainda não há cura ou um tratamento que a amenize. Dentro desse cenário, um conjunto de cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel, propõe uma nova abordagem. Segundo eles, a narcolepsia traz consigo um processo autoimune ainda não observado, mas que pode ser o responsável por provocar as complicações neurológicas. A descoberta deve levar a uma quebra de paradigmas e, provavelmente, a novas tentativas terapêuticas.A causa precisa da doença ocupa médicos em todo o mundo por muitos anos. Ainda não existe uma cura para o distúrbio neurológico devastador que afeta cerca de 3 milhões de pessoas em todo o mundo. O novo artigo publicado na revista científica Pharmacological Research mostra que a narcolepsia carrega as marcas de uma desordem autoimune clássica e deve ser tratada como tal. As palavras são de Yehuda Shoenfeld, que lidera a equipe de pesquisa da Cadeira Laura Schwarz-Kipp de Pesquisa de Doenças AutoImunes, na Faculdade Sackler de Medicina da instituição israelense.
Segundo Shoenfeld, há um processo biológico que funciona como o gatilho para a perda específica de neurônios de orexina, responsáveis pela manutenção do delicado equilíbrio entre o sono e a vigília no cérebro. O professor conta que o assunto tomou sua atenção depois de uma combinação de dois episódios. Primeiro, uma avalanche de diagnósticos do distúrbio que varreu a Finlândia em 2009. Segundo ele, não foi coincidência o período ser exatamente depois de uma imunização contra a gripe H1N1. ;Após a vacina, foi relatada uma incidência média 16 vezes maior de narcolepsia;, lembra.
Em seguida, Shoenfeld descobriu que um grupo de pesquisadores do Projeto de Controle de Sono do Instituto de Psiquiatria Metropolitano de Tóquio, no Japão, havia publicado um estudo sobre a presença de autoanticorpos atacando o que ele chama de tribbles, pequenos grânulos no cérebro humano contendo neurônios reguladores de orexina. No novo trabalho, Shoenfeld e sua equipe colaboraram com o grupo de pesquisa japonês liderado por Makoto Honda.
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