A lista de medicamentos aprovados para o tratamento contra o câncer excede a casa das centenas. Mas prever qual é o mais indicado para cada paciente muitas vezes pode ser um tiro no escuro. A edição de hoje da Science Translational Medicine traz duas novidades que prometem, em um futuro não tão distante, mudar essa realidade. São dispositivos que testam os remédios diretamente no tumor, permitindo que o médico faça a escolha de acordo com a resposta vinda de dentro do corpo da pessoa tratada. Especialistas ouvidos pelo Correio acreditam que a novidade tem potencial de aprimorar não apenas a prática clínica, mas também de ajudar no desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficientes e personalizados.
Grande parte das descobertas de medicamentos para tratar tumores se dá a partir de culturas de células in vitro, que podem não representar neoplasias reais. Em média: nove de 10 drogas de eficácia antitumoral promissora nos modelos pré-clínicos não oferecem benefícios a pacientes reais. Para tentar superar essa dificuldade, pesquisadores do Presage Biosciences, em Seattle, nos Estados Unidos, desenvolveram a plataforma chamada Civo, que permite a avaliação simultânea de até oito remédios, ou combinações deles, dentro de um tumor sólido e vivo.
O funcionamento do Civo é simples. Munido de oito agulhas, o dispositivo realiza injeções simultâneas de medicamentos, distribuídos em colunas, diretamente no tumor, que precisa estar perto da superfície da pele. Dessa forma, os médicos têm mais detalhes de como a célula cancerosa responde às substâncias. O uso de uma espécie de tinta atóxica, que sinaliza onde e como ocorre a ação da terapia, permite a análise.
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