Uma pesquisa feita por especialistas chineses surpreendeu a comunidade científica e levantou sérios debates sobre a ética em pesquisas: pela primeira vez, o genoma de embriões humanos foi editado, anunciaram os autores. A experiência vem causando reações de estudiosos de todo o mundo, preocupados tanto com os riscos que experimentos desse tipo podem trazer quanto com a ideia de a ciência perseguir a ;fabricação; de pessoas ;perfeitas;.
A pesquisa foi conduzida discretamente pela equipe de Junjie Huang, nos laboratórios da Universidade Sun Yat-sen, na cidade de Guangzhou, e os especialistas da área só ouviam rumores não confirmados de que ela estava em andamento. Ontem, a Sociedade Internacional de Pesquisa de Células-Tronco (ISSCR) criticou a iniciativa e reforçou mais uma vez o pedido de moratória para as tentativas de edição genética de embriões humanos. Os especialistas ligados à sociedade afirmam não ser possível, atualmente, dizer que perigos esses estudos trazem e defendem que tais procedimentos devem passar, antes da tudo, pela peneira das discussões públicas.
Junjie e equipe, contudo, atropelaram o debate e testaram em material humano um procedimento que, até então, só tinha sido feito em embriões de porcos, ratos, vacas e ovelhas. O grupo até tentou diminuir as inquietudes internacionais utilizando embriões não viáveis, isto é, que não têm chances de nascer. O material, coletado em clínicas chinesas de fertilização, teve editado o gene responsável pela beta-talassaemia, desordem do sangue hereditária e genética que impede o organismo de produzir as quantidades ideais de hemoglobinas.
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