Belo Horizonte ; Tirar autorretratos para postar nas redes sociais tornou-se hábito tão popular que virou letra de música. Surgidas como uma prática de adolescentes, as selfies se tornaram parte da rotina de muita gente, conquistando adeptos de todas as idades, anônimos e famosos. A megaexposição cotidiana, no entanto, parece ter gerado um efeito perverso: uma cobrança exagerada sobre a própria aparência. Ao se verem em tantas fotos, muitas pessoas passam a achar que não são tão bonitas, e isso as tem levado aos consultórios de cirurgia plástica.
;De tempos em tempos, surgem novidades que causam angústia. Às vezes, são modas lançadas por celebridades ou alguns estereótipos na tevê. Agora, a selfie e a internet contribuem para o aumento das cirurgias;, afirma Ruben Penteado, cirurgião plástico e diretor do Centro de Medicina Integrada.
Não há pesquisas recentes no Brasil sobre a relação entre as selfies e o aumento das intervenções.
No entanto, Penteado lembra que, nos Estados Unidos ; líder nesse tipo de procedimento ;, foi verificada alta de 10% nos trabalhos relacionados à face motivada pela insatisfação com o autorretrato. Segundo ele, no Brasil, que ocupa o segundo lugar mundial no ranking de cirurgias, a situação não é muito diferente. Muitos médicos têm percebido o desconforto de pacientes com a imagem que projetam nas redes sociais. ;São homens, mulheres, adolescentes e até crianças que nos procuram;, diz.
As queixas dos homens estão relacionadas ao nariz e às pálpebras. Já as mulheres buscam intervenções para aparentar ser mais jovens. Costumam retocar rugas, rosto cansado, pálpebras e também nariz. ;Eles querem intervenções menores. Elas anseiam por mudanças mais gerais;, detalha Penteado. A ida aos consultórios ocorre em diferentes faixas etárias, mas tem crescido o interesse de pessoas por volta dos 35 anos. ;Estão muito preocupadas com a autoimagem com o advento da selfie. É compreensível, porque as pessoas passam a se ver mais e ficam também mais expostas;, avalia o cirurgião.
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