Ciência e Saúde

Estudiosos mineiros aumentam validade de alimentos com antimicrobiano

O produto, desenvolvido e patenteado por uma empresa mineira é resultado de uma reação enzimática (provocada por enzimas)

Marcílio de Moraes/Estado de Minas
postado em 11/05/2015 06:20
Coordenadora das pesquisas com o PHT 436, Christiane Contigli diz que, nos testes iniciais, a conservação dos alimentos foi estendida por meses, sem contaminação

Belo Horizonte ; Ver um produto alimentício se deteriorando ainda no prazo de validade ou deixando de ser consumido porque o tempo de armazenamento previsto pelo fabricante expirou é um problema que todo consumidor já enfrentou. Isso sem levar em conta que o tempo de armazenamento da maioria dos alimentos é garantido com a ação de produtos químicos ou com a retirada de nutrientes, o que, em um ou em outro caso, inibe a ação dos micro-organismos.

Uma pesquisa iniciada em Minas Gerais no ano passado, a partir de uma substância natural isolada em laboratório, busca ampliar em mais de 50% o tempo de prateleira de itens de panificação. O produto, desenvolvido e patenteado pela empresa mineira Phoneutria Biotecnologia e Serviços Ltda. E pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é resultado de uma reação enzimática (provocada por enzimas). Batizado como PHT 436, tem função antimicrobiana (substância que mata ou inibe o desenvolvimento de micro-organismos como bactérias e fungos).

;A ideia é que o produto possa ser usado como conservante de alimentos;, assinala Christiane Contigli, diretora do Instituto de Tecnologia em Alimentos e Bebidas do Centro de Inovação e Tecnologia Senai Fiemg ; câmpus Cetec e coordenadora das pesquisas com o PHT 436. Segundo ela, os testes de toxicidade em andamento têm sido bem proveitosos. ;Os resultados das análises feitas pela empresa in vitro utilizando células animais são animadores;, corrobora Evanguedes Kalapothakis, professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e fundador da Phoneutria.

Experiências feitas a partir da aspersão do PHT 436 sobre frutas e alimentos indicaram a possibilidade de uso do produto como conservante, o que levou a Phoneutria a apresentar a substância ao Senai. ;A Phoneutria descobriu o produto antimicrobiano e o patenteou. Em 2014, iniciamos as pesquisas para verificar se ele pode ser usado como conservante de alimentos;, conta Christiane. De acordo com ela, os alimentos apresentados pela empresa e que receberam o PHT não foram contaminados por muito tempo. ;Nos testes iniciais, a conservação aumentou meses, sem contaminação;, revela.

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