Ciência e Saúde

Descoberta de brasileiros pode livrar plantações da praga begomovírus

O micro-organismo é capaz de infectar grande variedade de hortaliças e leguminosas, o que representa sério problema nas culturas de tomate e feijão

postado em 18/05/2015 11:19
O micro-organismo é capaz de infectar grande variedade de hortaliças e leguminosas, o que representa sério problema nas culturas de tomate e feijão
Belo Horizonte ;
Cientistas da Universidade Federal de Viçosa (UFV), na Zona da Mata de Minas Gerais, conseguiram decifrar como as plantas se defendem de uma dos mais destrutivas pragas que atingem lavouras no Brasil e no mundo, o begomovírus. A descoberta pode livrar plantações, em especial a de tomate, desse parasita causador de perdas estratosféricas na agricultura. Capaz de infectar grande variedade de hortaliças e leguminosas, o micro-organismo representa sério problema nas culturas de tomate e feijão, nas quais as perdas chegam a 80%.

;Descobrimos que o vírus consegue inativar uma proteína da célula vegetal chamada NIK1. Ela é a primeira defesa da planta e responsável por acionar o sistema imune. Até então, ninguém havia mostrado isso;, explica a coordenadora da pesquisa, Elizabeth Pacheco Batista Fontes, professora titular do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFV e coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Interação Planta-Praga (INCT Praga/Planta).


Além de esmiuçar o mecanismo de defesa vegetal, pesquisadores da UFV alcançaram um feito inédito ao identificar novos genes que participam do sistema imunológico das plantas ; o L10 e o LIMYB. A partir das conclusões, o grupo também desenvolveu, em mutação feita em laboratório, um tomateiro transgênico tolerante ao begomovírus. Na planta modificada, a proteína NIK1 consegue acionar demais mecanismos de defesa, mesmo se estiver contaminada.

Os tomateiros modificados geneticamente ainda estão isolados na casa de vegetação da UFV e só vão para o campo depois de autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). ;É uma alteração genética usando proteína da própria planta. Se esses tomateiros resistentes forem disseminados, não representam risco, apenas melhoria genética;, reforça Elizabeth. O grupo de pesquisadores pretende aguardar interesse do mercado para abrir processo na CTNBio. A técnica desenvolvida pode ser aplicada a outras culturas e permite à engenharia genética produzir variedades mais resistentes.

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