Pelo menos 3,4 mil espécies de cobras foram descritas até hoje, mas os cientistas ainda ficam confusos quando o assunto é a origem desses répteis. Enquanto um grupo defende que os seres rastejantes evoluíram a partir de animais marinhos, outro aponta uma origem terrestre dos animais. Agora, uma nova pesquisa, feita nos laboratórios da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, dá mais força para a segunda versão. O estudo ainda contradiz uma antiga crença de especialistas: as cobras teriam mantido patas em sua anatomia por muito mais tempo do que se pensava.
Para chegar a essas conclusões, publicadas na revista especializada BMC Evolutionary Biology, os pesquisadores analisaram fósseis, genes e a anatomia de 73 espécies de serpentes e lagartos ; 15 das quais já extintas. Assim, produziram uma árvore genealógica tanto para as cobras de hoje quanto para as do passado, iluminando os principais padrões evolutivos da história desses animais. De acordo com a equipe, a família das cobras surgiu há cerca de 128,5 milhões de anos, em florestas do Cretáceo Superior.
Apenas após uma longa evolução, surgiram os animais sem patas como os existentes hoje ; cerca de 20 milhões de anos atrás. Até essa data, os animais ainda preservavam membros traseiros. ;Acho que a descoberta de que os membros traseiros se perderam em uma época muito mais tardia da história evolutiva desses animais é uma conclusão emocionante e que contraria o que se havia assumido convencionalmente;, diz Daniel Field, um dos autores do trabalho, liderado pelo paleontólogo Allison Hsiang.
O estudo traz novos dados para o debate que divide herpetólogos. Para o grupo que defende a origem terrestre desses répteis, eles descenderiam de um lagarto ancestral. Contudo, diferenças anatômicas entre lagartos e cobras faz uma parte dos especialistas duvidar dessa possibilidade e apontar o ancestral como sendo o monossauro, tipo de dinossauro marinho que chegava a 17m de comprimento.
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