Isabela de Oliveira
postado em 25/05/2015 06:00
A chegada da primeira menstruação ; uma das experiências mais fortes do início da adolescência ; costuma surpreender tanto a filha quanto a mãe. A expectativa é de que o marco inicial do ciclo fértil ocorra quando a garota tem entre 11 e 14 anos. Prever o dia exato da menarca, porém, é impossível. Mas pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, dizem ser possível, a partir de análise genética, fazer uma estimativa com base no início da puberdade dos pais da menina. E mais do que isso: com o cálculo, pode-se ter acesso a informações valiosas sobre a futura condição de saúde daquelas cujo fenômeno biológico se dá antes do esperado.Evidências médicas indicam que a idade em que ocorre a primeira menstruação é uma característica hereditária. Recebe influência de genes que ;despertam; conforme a origem parental deles. Isto é, alguns estão expressos apenas no cromossomo herdado da mãe, enquanto outros apenas no que foi recebido pelo pai. Esses traços genômicos são chamados de genes impressos e, segundo os cientistas britânicos, 106 desempenham papel fundamental para desencadear a puberdade.
A pesquisa liderada pelo geneticista John Perry e publicada recentemente na revista Nature é o primeiro passo para destrinchar a genética envolvida na menarca. Consequentemente, na ligação dela com o aumento de riscos para enfermidades cujos tratamentos são caros, difíceis e crônico. Diabetes, obesidade e câncer de mama estão entre os males em que se cogita uma vinculação com o início antecipado da maturidade sexual.
Mito
Desde que o excesso de peso passou a ser tratado como uma epidemia mundial, há maior interesse em conhecer a fundo a ligação dele com a menstruação precoce. Crianças da atual geração iniciam o desenvolvimento sexual antes que as de poucas décadas atrás. Cogita-se, por isso, que a menarca antecipada se dê porque há uma explosão maior de hormônios femininos nas meninas obesas. Alguns deles, como o estrogênio, são produzidos nos tecidos adiposos, além dos ovários.
Ao longo das investigações, alguns mitos sobre alimentos já foram derrubados por especialistas. Como José Domingues Santos Junior, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), afirma. ;Eu morro de medo quando uma mãe chega ao consultório dizendo que a menina menstruou mais cedo porque come frango. Há vários relatos, inclusive produzidos por médicos veterinários, desmentindo que as grandes empresas que produzem carne de frango utilizam hormônios. Faz parte da legislação;, esclarece o também professor da Escola Superior de Ciências da Saúde, de Brasília.
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