Ciência e Saúde

Análise genética revela que camaleão de Madagascar pertence a 11 espécies

Diferenças sutis nos padrões de cores podem ser relacionadas à linhagem genética dos bichos

postado em 25/05/2015 06:02
Duas das espécies de camaleão-pantera identificadas graças ao novo estudo: seres que só podem ser encontrados em Madagascar
Madagascar concentra uma das mais ricas biodiversidades do mundo. Estima-se que 80% das espécies animais existentes no arquipélago ; que inclui a maior ilha do continente africano e várias outras menores periféricas ; só existam ali, não sendo encontradas em outro lugar do planeta. Por isso, ambientalistas temem o processo de desmatamento pelo qual passa a região, intensificado nos últimos anos. O medo é que seres desapareçam sem nem ao menos terem sido descobertos pela ciência.

Uma prova da riqueza natural abrigada no país insular vem de um estudo publicado nesta segunda-feira (25/5) no jornal especializado Molecular Ecology pelo professor de genética, evolução e biofísica Michel Milinkovitch, da Universidade de Genebra (Unige), na Suíça. Com a colaboração de cientistas de Madagascar, o geneticista analisou o DNA do camaleão-pantera, mais um exemplo de bicho existente apenas no arquipélago. O resultado foi surpreendente. O réptil multicolorido, até então tido como uma única espécie, na verdade, são 11.



Para realizar a pesquisa, o time de cientistas fez duas expedições que cruzaram o país de leste a oeste. Nas viagens, eles tiraram fotos e coletaram gotas de sangue de 324 camaleões-panteras que encontraram pelo caminho. Mais tarde, no laboratório, os DNAs mitocondrial e nuclear de cada exemplar foram sequenciados e analisados.

Visual
A equipe, então, realizou análises matemáticas nas cores das fotos dos animais, o que indicou que diferenças sutis nos padrões de cores podem ser relacionadas à linhagem genética dos bichos. Essa conclusão, afirmam os autores, significa que muitas das populações de camaleões-panteras deveriam ser consideradas espécies diferentes. Os especialistas dizem ainda que é possível até mesmo estabelecer um padrão-chave de cor para cada uma das espécies, o que permitiria a classificação baseada apenas no exame visual, sem necessidade de exames de DNA.

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