Isabela de Oliveira
postado em 05/06/2015 07:03
Uma nova tecnologia desenvolvida nos laboratórios da Universidade de Harvard e do Instituto Médico Howard Hughes, ambos nos Estados Unidos, permite que os médicos poupem tempo e dinheiro para levantar todo o passado viral de um paciente. E a condição para a análise é simples: uma única gota de sangue. Chamado VirScan, o método mostra-se uma alternativa eficiente para os exames hoje disponíveis, que diagnosticam e detectam a presença de um vírus por vez. A descoberta é descrita na edição de hoje da revista Science.Basicamente, Stephen Elledge, pesquisador sênior do Instituto Médico Howard Hughes, e seu aluno de pós-graduação George Xu desenvolveram uma forma de voltar ao tempo usando como lupa o soro sanguíneo de uma pessoa. A intenção é descobrir quais vírus já entraram em contato com ela ao longo da vida. A abordagem também pode detectar fatores inesperados que afetam a saúde do indivíduo e ampliar as oportunidades para análise e comparação das infecções virais em grandes populações. Outra vantagem é que não custaria caro: cerca de US$ 25 por amostra de sangue.
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;Nosso laboratório tem uma experiência significativa no desenvolvimento de tecnologias que utilizam os recentes avanços na síntese de DNA e sequenciamento. Então, decidimos aplicar esse conhecimento para criar uma ferramenta que estudasse exaustivamente a resposta de anticorpos antivirais na saúde humana;, conta Elledge ao Correio. No total, a equipe esmiuçou o sangue de 569 pessoas dos Estados Unidos, da África do Sul, da Tailândia e do Peru. O VirScan consegue detectar anticorpos que atuam contra qualquer uma das 206 espécies de vírus conhecidas que atacam humanos.
O sistema imunológico gera anticorpos específicos sempre que encontra um patógeno pela primeira vez. Essa ;fábrica de soldados; pode continuar a produzir células de defesa durante anos ou décadas após o organismo estar curado da contaminação. É por isso que o VirScan também fornece um histórico de infecções de um indivíduo. Para testar o método, a equipe analisou amostras de sangue de pacientes já diagnosticados com vírus específicos, incluindo o HIV e o da hepatite C. Em quase todos os casos, a sensibilidade do método variou de 95% a 100%.
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