Belo Horizonte ; Duas em cada três brasileiras têm algum problema intestinal. O dado é do primeiro mapeamento em escala nacional sobre a saúde intestinal da mulher, realizado pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). O SIM Brasil ; Saúde Intestinal da Mulher caracterizou e quantificou a diversidade dessas complicações, identificando e dimensionando os impactos delas na qualidade de vida. Foram ouvidas 3.029 mulheres do Distrito Federal e de nove capitais, de 18 a 60 anos, pertencentes às classes A, B e C. Segundo o presidente da FBG, Flávio Quilici, o dado é inesperado e requer atenção pelos prejuízos atrelados.
O impacto na vida sexual é uma realidade para 79% das mulheres que relataram problemas intestinais, por exemplo. Dessas, 24% dizem ter medo de soltar gases durante a relação sexual, 25% afirmam não poder aproveitar o momento, 22% têm o apetite sexual reduzido e 17% revelam parar a atividade sexual quando sentem os distúrbios digestivos. O mais preocupante é o fato de elas não procurarem ajuda, principalmente por acreditar que problemas intestinais são normais, não uma doença. ;No consultório, não relatam o trânsito lento por prejulgarem que ele não será valorizado pelo médico;, acredita Quilici, também professor titular de gastroenterologia e cirurgia digestiva da Faculdade de Medicina da PUC de Campinas.
Segundo a psicóloga e terapeuta de casais Pamela Magalhães, estudiosa dos impactos dos problemas intestinais no comportamento psicológico, muitas mulheres se sentem ;sujas; ao falarem da situação intestinal, se referindo ao órgão digestivo como causador de tristeza, estresse e ansiedade. Para mudar essa relação, elas precisariam enfrentar tabus, tomar consciência do intestino como parte do corpo e fazer mudanças afetivas e sexuais, acredita a especialista. ;As mulheres precisam conseguir falar sobre isso, mas há um constrangimento em torno do assunto, como se elas fossem princesas que não vão ao banheiro. Também precisam conversar com o parceiro sobre os problemas, para não haver um afastamento sexual e um possível desgaste da relação.;
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.