Ciência e Saúde

Técnica de esfoliação do grafite garante resistência e alto valor ao objeto

Por um capricho da natureza, o carbono pode formar o grafite da ponta de um lápis ou o diamante cobiçado de uma joia avaliada em milhões

Márcia Maria Cruz/Estado de Minas
postado em 13/07/2015 06:00
Por um capricho da natureza, o carbono pode formar o grafite da ponta de um lápis ou o diamante cobiçado de uma joia avaliada em milhões

Belo Horizonte ; Não se trata do petróleo. A nova riqueza encontrada largamente em Minas Gerais recebe o nome de grafeno, camada ligeiríssima de grafite, tida como o futuro da tecnologia. Primo pobre do diamante, o grafite há um tempo tem papel de destaque na indústria, que deverá ser potencializado. O estado de Minas foi, no período áureo da mineração, um dos principais fornecedores de diamante para o mundo, e não só extrai o grafite, como desenvolveu tecnologia de ponta para esfoliá-lo, tornando-o um material mais resistente e de maior valor para a indústria. Objeto de interesse da corrida internacional de laboratórios, o grafeno é, ao lado dos nanotubos, um dos principais nanomateriais de carbono de interesse industrial.

Por um capricho da natureza, o carbono pode formar o grafite da ponta de um lápis ou o diamante cobiçado de uma joia avaliada em milhões. A diferença entre os dois minerais é a forma como os átomos de carbono se organizam. Mas, se a natureza pode rearranjar os átomos de carbono de modo a torná-los mais preciosos, a ciência também dispõe de tecnologia para esfoliar o grafite e torná-lo um material mais nobre. ;O grafite é o nosso novo ouro negro. Quando esfoliado, se torna material de alto valor agregado;, diz a professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Glaura Goulart Silva. O grafeno é obtido por meio do isolamento de folhas de grafite ou por deposição química de fase vapor.

A tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores do Centro de Tecnologia e Nanomateriais de Carbono (CTNT), e a patente, depositada pela UFMG. O grafite é um mineral composto por folhas empilhadas de carbono na estrutura do grafeno. Pode ser usado na produção desde um simples lápis, como também em lubrificantes e baterias. ;Quando se esfolia o grafite, separando essas folhas, temos o grafeno.; Isso é feito em uma escala nano, em que as partículas podem ser mil vezes menores do que o micro. O termo nano se refere a um material com fator de grandeza correspondente a um bilionésimo do metro. Para se ter uma ideia, seria algo como o diâmetro de um fio de cabelo dividido por 100 mil. Nova fronteira do conhecimento científico, a nanotecnologia é um campo de pesquisa avançado na UFMG. ;O grafite é um material abundante em Minas. Nós o temos em quantidade e qualidade superiores a vários lugares do mundo. Outra riqueza que o estado tem é a competência científica para explorá-lo;, ressalta a pesquisadora.

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