O futuro da Terra está a 1.400 anos-luz de distância. Um astro descoberto por cientistas da agência espacial norte-americana, a Nasa, oferece uma ideia das transformações que podem ocorrer no nosso planeta daqui a 1 bilhão de anos. O ;primo; 1,5 bilhão de ano mais velho levou o nome de Kepler 452b. É 60% maior do que a Terra e orbita sua estrela na mesma distância que fazemos do Sol. ;Ele fornece uma oportunidade para entendermos e refletirmos sobre o ambiente em evolução da Terra;, declarou Jon Jenkins, líder da pesquisa.
Kepler 425b foi detectado pelo telescópio Kepler, que examina minuciosamente os céus em busca de exoplanetas ; planetas fora do Sistema Solar ; desde 2009. A semelhança dele com o nosso planeta é tão grande que os cientistas o apelidaram de Terra 2.0. Sua estrela tem características muito próximas do Sol, sendo apenas 4% mais maciça e 10% mais brilhante. A volta completa em torno dela dura 385 dias.
Há a suspeita de que Kepler 425b tenha uma atmosfera espessa e, como tem uma distância de sua estrela parecida com a da Terra do Sol, pode ter água em estado líquido, o que facilita a existência de vida no exoplaneta. Pelas características, os cientistas também estimam que ele tem uma chance maior que 50% de ser rochoso, como o nosso planeta. ;Hoje, a Terra está um pouco menos solitária;, acredita Jenkins.
Doug Caldwell, cientista da missão Kepler do Seti (Search for Extraterrestrial Intelligence), instituto que busca vida extraterrestre, acredita que há a possibilidade de o exoplaneta está sofrendo um período de aquecimento extremo. ;Se é realmente rochoso, sua localização em relação a sua estrela poderia significar que está passando pela pior fase do efeito estufa de sua história climática;, acredita
Segundo Caldwell, a crescente energia do sol do exoplaneta pode estar aquecendo a superfície dele e evaporando um possível oceano. ;O vapor de água estaria se perdendo do planeta para sempre (;) Kepler 452b pode estar experimentando agora o que sofrerá a Terra daqui a 1 bilhão de anos, a medida que o Sol envelheça e se torne mais brilhante;, diz.
Forte candidato
Para Othon Winter, professor do Departamento de Matemática do câmpus de Guaratinguetá da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o trabalho dos cientistas da Nasa mostra o candidato mais parecido com a Terra encontrado até hoje. ;Na busca por vida em outro planeta, o foco dos pesquisadores têm sido encontrar locais no espaço que podem abrigar vida. Muitos candidatos já surgiram, mas, até agora, esse é o que mais se assemelha;, avalia.
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