Isabela de Oliveira
postado em 27/07/2015 06:00
Ares mantinha um romance ilícito com Afrodite. Temendo ser surpreendido, o deus da guerra pedia que um rapaz, Alectryon, guardasse sua porta sempre que a amante o visitasse. Em uma das noites de escapadas, porém, o sentinela adormeceu. Aproveitando-se do descuido, Hélio, o deus do Sol, flagrou o casal. E, claro, Alectryon foi severamente punido por Ares. Transformado em galo, o jovem nunca mais se esqueceu de anunciar o romper da aurora.O mito revela como os hábitos da ave despertam interesse humano desde tempos remotos. Nem mesmo o avanço científico fez com que as peculiaridades desse bicho se tornassem um assunto menos interessante. Bem pelo contrário. Cada vez mais estudos se dedicam a entender o comportamento do animal, um dos mais altivos da natureza. Recentemente, pesquisas sobre o comportamento e a história do bicho foram publicadas em duas revistas: a Scientific Reports e a Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).
Na primeira, pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, relatam que, de aleatório, o cantar do galo não tem nada. Obedece a uma ordem hierárquica pouco flexível, com o líder tendo prioridade para anunciar a chegada da manhã em relação aos demais. Esses, instintivamente, sabem que devem aguardar ; e o fazem pacientemente ; a autorização do chefe para soarem seus alarmes. ;Especificamente, o galo no topo da hierarquia começa a cantar e, então, é seguido pelos subordinados, em ordem social descendente;, detalha Tsuyoshi Shimmura, um dos autores do estudo.
Com Tomo Nakamura, ele notou que a presença de um galo dominante reduz significativamente a liberdade que os subordinados têm para cantar fora da hora. ;No entanto, o número de cantos induzidos por estímulos externos era independente da posição social, confirmando que eles podem cantar se não for para anunciar a chegada do dia;, completa.
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