Ciência e Saúde

Técnica criada nos EUA oferece tratamento duradouro contra a leucemia

O procedimento fortalece as células de defesa do paciente para que elas combatam o câncer de sangue e ajam no corpo evitando o retorno da doença anos após o fim da quimioterapia

Vilhena Soares
postado em 03/09/2015 07:09
Um dos maiores problemas enfrentados no tratamento da leucemia linfoide crônica, o câncer de sangue mais comum em pessoas com mais de 50 anos, é que a quimioterapia vai perdendo o efeito ao longo do tempo. Cientistas dos Estados Unidos apostam na imunoterapia ; intervenção baseada no fortalecimento do sistema de defesa do próprio paciente ; para vencer esse obstáculo. A técnica consiste em modificar as células brancas do sangue para que elas combatam melhor as estruturas cancerígenas espalhadas pelo corpo. Esse tipo de tumor começa na medula óssea e vai atingindo órgãos e tecidos.

A nova estratégia, divulgada na revista Science Translational Medicine desta semana, foi testada com sucesso em humanos, inclusive com um caso sem registro de recidiva há cinco anos. Para os cientistas participantes, os resultados podem dar uma nova perspectiva ao uso da imunoterapia contra carcinomas. Isso porque o plano de reprogramar os linfócitos é antigo, mas sem sucesso nos laboratórios até então.

;A ideia de que as células brancas poderiam ser geneticamente modificadas de uma forma que permita alvejar e matar substâncias cancerosas surgiu há quase 20 anos. Ao longo da última década, as abordagens para o crescimento dos linfócitos e a modificação genética deles se tornaram muito mais eficientes;, explicou ao Correio David Porter, professor da Universidade da Pensilvânia e um dos autores do estudo.

Pela nova técnica, chamada CTL019, células imunitárias do paciente são recolhidas por meio de um sistema semelhante ao da diálise ; filtragem do sangue realizada quando o rim não consegue exercer essa função. As células T recebem, então, um vírus composto pela pela base genética do HIV e por outras sequências de DNA. Essas estruturas fazem com que os glóbulos brancos consigam atacar a proteína CD19, encontrada na superfície de células cancerígenas ligadas à leucemia linfoide crônica, entre outros tumores. ;Modificando geneticamente os linfócitos conseguimos fazer com que eles reconheçam e matem as próprias células cancerosas;, explica Porter.

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