Paloma Oliveto
postado em 13/09/2015 07:04
Da próxima vez que você for chamado de preguiçoso por seguir a lei do menor esforço, pode jogar a culpa no cérebro. Pesquisadores canadenses descobriram que, mesmo quando a intenção é exigir mais do corpo, o sistema nervoso boicota os passos para minimizar o gasto calórico. ;Nosso estudo encontrou uma base fisiológica para a preguiça;, resume Jessica Selinger, pesquisadora da Universidade Simon Fraser e principal autora do artigo, publicado na revista Current Biology. O mais curioso é que fazer isso não é nada fácil. ;Você tem de ser esperto para ser preguiçoso;, brinca Selinger.A candidata ao programa de pós-doutorado da instituição canadense explica que a ideia era descobrir por que, no geral, escolhe-se sempre o caminho mais fácil. Seja quando pegam o elevador em vez da escada, seja quando apelam para o controle remoto no lugar de se levantar do sofá, as pessoas estão constantemente procurando um jeito de poupar energia. ;É muito interessante pensar sobre os motivos por trás disso. Evoluímos para nos mover dessa forma? Aprendemos a ser assim ao longo de toda uma vida? Ou, como testamos aqui, são os sinais fisiológicos que guiam continuamente nossas preferências?;, questiona a especialista, justificando o tema do estudo.
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Para desvendar o mistério, os pesquisadores desenvolveram um experimento no qual monitoraram os gastos energéticos e o tipo de caminhada dos participantes, que usaram um exoesqueleto enquanto caminhavam numa esteira. Eles descobriram que o sistema nervoso percebe o gasto energético e rapidamente adapta os movimentos para minimizá-lo. Mesmo sem perceber, o indivíduo muda a marcha, de forma a poupar o máximo possível das calorias que, no geral, é justamente o que se quer gastar.
Não se trata, é claro, de um simples boicote à dieta. No passado evolutivo, quando tinha de enfrentar longas jornadas para conseguir caçar e coletar alimentos, o Homo sapiens não podia abrir mão da energia armazenada. O que o sistema nervoso não percebeu é que, agora, os tempos são outros. ;Qualquer estratégia de caminhada que possa ter se desenvolvido ao longo de nossa evolução agora é obsoleta;, observa J. Maxwell Donelan, coautor do estudo e professor da Universidade Simon Fraser.
[SAIBAMAIS]
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