Paloma Oliveto
postado em 20/09/2015 08:00
Ele foi o primeiro lar da humanidade. No Éden, o homem tinha morada, sustento e prazer estético. Expulso do paraíso, contudo, parece ter se esquecido das delícias de um jardim. No Brasil, onde a riqueza da paisagem é venerada mesmo por quem jamais visitou o país, o patrimônio paisagístico ainda é desconhecido da população. Abandono, falta de proteção e de divulgação estão entre os fatores que levam os brasileiros a não enxergar o acervo que compõe esses museus vivos.
Percebendo as dificuldades e certa da importância histórica de jardins e outros elementos dos espaços naturais cultivados, a historiadora Cristiane Maria Magalhães elaborou um inventário inédito do patrimônio paisagístico brasileiro. O levantamento, fruto da tese de doutorado defendida na Universidade de Campinas (Unicamp), mapeou 492 bens, divididos em 22 categorias identificadas pela pesquisadora.
Além de jardins, há parques, praças, morros e bosques, entre outros. Cristiane Maria Magalhães explica que privilegiou os bens protegidos por lei ou tombados, mas também incluiu aqueles com significado para a identidade e a memória do povo brasileiro. É o caso do Jardim Botânico de Brasília (leia mais abaixo) e dos jardins da casa de Carlos Drummond de Andrade em Itabira (MG). ;Eles não têm qualquer proteção legal, no entanto constam do inventário por serem um bem simbólico, um deles representado em poesias do poeta itabirano e que deveria receber proteção como jardim histórico brasileiro;, defende a historiadora. ;No meu entendimento, não é um instrumento jurídico que faz dele um jardim histórico, mas, sim, o que ele representa;, diz.
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