postado em 21/09/2015 08:05
Abandono dos pais, violência dentro e fora de casa, problemas vividos pela mãe durante a gestação. Muitos dos traumas sofridos no início da vida podem ser esquecidos ao longo do tempo. Mas o que se apaga da memória fica escrito no DNA. Nos últimos anos, estudos têm mostrado que grande parte dessas experiências negativas deixam marcas genéticas que podem influenciar comportamentos e o surgimento de doenças durante a vida adulta, podendo, até mesmo, ser transmitidas para as gerações seguintes.A área que estuda a influência do ambiente e das experiências de vida no código genético é chamada epigenética. E uma das principais contribuições que ela tem trazido é reforçar a importância da atenção à primeira infância, compreendida entre o momento da concepção até a entrada da criança na escola. Isso porque, ao contrário do que se pensava há 20 anos, não é apenas durante a concepção e a gestação que as características genéticas de um indivíduo são formadas. E essa influência parece ser determinante no aparecimento de certas características de personalidade e doenças, principalmente as metabólicas e as ligadas aos sistemas nervoso e cardiovascular:
;É como uma bola de neve. Numa situação de estresse, uma mulher sofre de depressão após o parto e não dá atenção ao filho. Essa criança, sem o afeto materno, pode apresentar um quadro de depressão ou ansiedade mais tarde e, quando tem filhos, a história se repete;, exemplifica a bióloga e neurocientista Fabíola Zucchi. A partir da epigenética, a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) estuda como situações estressantes mudam a forma como alguns genes são lidos ao longo da vida, e como mudanças nessa leitura são transmitidas para outras gerações. ;Todos sabiam que uma criança feliz tinha mais chances de ser um adulto saudável. Com a epigenética, podemos dizer como e por que isso também afeta seus descendentes;, destaca.
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