Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Vestígios cerâmicos encontrados no Amazonas têm até 1,6 mil anos

Pesquisa tenta identificar a diversidade de tradições da região do lago Tefé nos vestígios encontrados nos sítios arqueológicos



Relações
Outro resultado importante, a partir das análises das cerâmicas, foi o indício de relação entre diferentes grupos culturais que ocupavam a região nesse período. No entanto, a morte e o deslocamento de populações causados pela invasão europeia levaram ao enfraquecimento e rompimento de muitas dessas redes.

O trabalho de pesquisa só têm sido possível graças à ajuda das populações locais, que indicam os locais onde já foram encontrados vestígios e outras informações relevantes para os especialistas. Tamanho avanço possibilitou a eles expandir a quantidade de sítios arqueológicos a serem analisados. Até hoje, mais de 14 sítios já foram registrados, além de 11 áreas de ocorrência por toda a região do Lago Tefé, que são locais onde foram encontrados materiais arqueológicos, como os líticos (pedra), ossos de fauna, carvões e amostras de solo.

Restauração
Durante o andamento do trabalho, em 2014, foram encontradas seis urnas funerárias da Tradição Polícroma, nas obras de construção de uma escola na comunidade Tauary, em Tefé. As peças estão em etapa final de restauração, sob a guarda do Instituto Mamirauá, na sede da instituição. Alguns materiais foram enviados para análise na USP, e devem retornar em breve para Tefé. Além dos vestígios cerâmicos, também estão sendo conduzidas análises dos solos, dos macrovestígios botânicos e de material lítico e faunístico, com parceria com outros pesquisadores. "Com as análises botânicas evidenciamos que, já em períodos antigos, palmeiras eram utilizadas pelas populações e que o milho também era de alguma forma consumido", completa a pesquisadora.