Ciência e Saúde

Equipamento monitora e melhora desempenho de adeptos do paraciclismo

Um dos usuários registrou ganhos na performance e agora tem chances reais de participar dos Jogos Paralímpicos do Rio

Renan Damasceno/Estado de Minas
postado em 03/11/2015 06:10

Belo Horizonte ; Josimar Sena da Silva, 30 anos, tem se dedicado a um só objetivo: conquistar uma vaga nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Depois de perder o movimento das pernas em um acidente de carro, em 2003, quando tinha 18 anos, o mineiro de Juiz de Fora fez de tudo para se manter ativo. Sem muitas oportunidades para praticar esportes adaptados na cidade natal, mudou-se para São José dos Campos (SP), onde experimentou atletismo, basquete e canoagem, até começar a se dedicar integralmente ao paraciclismo, em 2013. Agora, o sonho olímpico parece cada vez mais próximo, graças ao esforço e à dedicação de Josimar e de uma importante ajuda da tecnologia.

O mineiro é um dos paratletas brasileiros beneficiados por um sistema eletrônico pensado para ajudar os usuários da handbike, bicicleta impulsionada pelos braços. Desenvolvido em parceria pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap), a Vemex e a Shimano, o equipamento, com tecnologia 100% brasileira, é anexado ao pedal do veículo, trazendo uma série de vantagens.

;É um sistema que transmite em tempo real para um aplicativo de celular informações como batimentos cardíacos, força muscular, velocidade média e potência da bicicleta. Esses dados nos dão parâmetros, números, que conseguimos converter em metas. O atleta se transforma em homem máquina, já que todos os seus movimentos são calculados para não desperdiçar energia;, explica o professor Mário Oliveira Lima, pesquisador e coordenador do curso de fisioterapia da Univap.

Por ser leve ; pesa apenas 300 gramas ;, o dispositivo não faz com que o atleta tenha de se esforçar mais. O modelo de handbike usado por Josimar, por exemplo, pesa 13kg. Para desenvolvê-lo, os parceiros do projeto contaram com R$ 1 milhão fornecidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Agora, os treinos de Josimar, no Clube de Campo de São José dos Campos (SP_) são inteiramente monitorados a partir de dados fornecidos pelo sistema. Segundo o professor Mário Lima, o monitoramento remoto tem sido fundamental para o desenvolvimento do mineiro e da também paraciclista Jady Martins. ;Com técnicos, nutricionistas e fisiologistas, estamos usando esses cados coletados para errar cada vez menos. Às vezes, eles pedalavam mais na descida e gastavam força desnecessária. Com os dados precisos, eles desperdiçam cada vez menos, e isso é convertido em melhores resultados;, diz Lima.

Realização
Os resultados começaram a aparecer nesta temporada. Desde que passou a ser acompanhado pelo projeto da Univap, que já originou diversos estudos e teses, Josimar viu sua perfomance evoluir constantemente. Ele compete nas categorias de resistência e contrarrelógio, em distâncias que variam de 10km a 35km. O paraciclista conseguiu medalhas de ouro e bronze nas últimas etapas da Copa Brasil, em Santa Catarina e Sergipe, e se prepara para a última etapa, no mês que vem, no Rio.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação