Ciência e Saúde

2015 está a caminho de ser o ano mais quente já registrado, diz ONU

A temperatura média da superfície global aumentou para 14,73ºC no final de outubro, cerca de 1ºC acima da anterior, disse Organização Mundial de Meteorologia, sediada em Genebra

Agência Estado
postado em 25/11/2015 10:51
A temperatura média da superfície global aumentou para 14,73ºC no final de outubro, cerca de 1ºC acima da anterior, disse Organização Mundial de Meteorologia, sediada em Genebra
O ano de 2015 está a caminho de ser o ano mais quente já registrado, alertou nesta quarta-feira a Organização Mundial de Meteorologia da Organização das Nações Unidas (ONU), na mais recente evidência do aquecimento global causado pelo homem e o efeito que isso está tendo sobre as condições climáticas extremas em todo o mundo.

A temperatura média da superfície global aumentou para 14,73;C no final de outubro, cerca de 1;C acima da anterior, disse Organização Mundial de Meteorologia, sediada em Genebra.

Os anos entre 2011 e 2015 também serão o período de cinco anos mais quentes já registrados, com muitos eventos climáticos extremos influenciados por mudanças climáticas, disse a ONU. A Índia e o Paquistão foram atingidos por ondas de calor neste ano, onde as temperaturas subiram para 45;C, enquanto que em locais de condições de seca nos EUA, os incêndios florestais aumentaram.



O anúncio vem poucos dias antes de os líderes mundiais se reunirem em Paris para abrir duas semanas de discussões sobre a forma de proteger o planeta das consequências potencialmente catastróficas do aquecimento global. Se for bem sucedido, a conferência do clima, conhecida como COP 21, poderia, pela primeira vez, ligar países desenvolvidos e subdesenvolvidos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud, disse que os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera atingiram novos máximos e na primavera de 2015 no hemisfério norte a concentração média global de CO2 ultrapassou o limite de 400 partes por milhão (ppm) pela primeira vez.

"As emissões de gases causadores do efeito de estufa, que estão causando a mudança climática, podem ser controlados", disse Jarraud. "Temos o conhecimento e as ferramentas para agir", acrescentou.

Jarraud disse que o fenômeno El Niño também contribuíram para as altas temperaturas e que iria continuar no próximo ano.

Uma estimativa preliminar com base em dados de janeiro a outubro mostraram que a temperatura média da superfície global de 2015 até agora foi de cerca de 0,73;C acima da média de 1961-1990.

Impactos regionais


Em 2015 "foram registradas temperaturas significativamente mais quentes do que a média (...) especialmente na zona ocidental da América do Norte, grandes zonas da América do Sul, África e as zonas meridional e oriental da Eurásia", explica a OMM.

A Índia sofreu em maio e junho temperaturas máximas "que superaram amplamente os 42;C em média e os 45;C em algumas zonas".

Também foram registradas ondas de calor, em alguns casos com temperaturas recordes, na Europa, na África setentrional e no Oriente Médio no final da primavera e no verão.

As chuvas abundantes seguidas de inundações foram habituais em inúmeros países.

Na China, afetaram 75 milhões de pessoas entre maior e setembro e provocaram "perdas econômicas estimadas em 25 bilhões de dólares", segundo a agência da ONU.

No Chile, chuvas não habituais "provocaram inundações e deslizamentos de terras" em março. E "o México registrou o março mais úmido de que se tem notícia" desde 1941.

El Niño


Jarraud sublinhou também na existência atual de um forte El Niño, uma corrente equatorial quente do Oceano Pacífico cuja potência está aumentando.

"Sua influência se deixa ver nas condições meteorológicas de muitas zonas do mundo e provocou um mês de outubro excepcionalmente quente. Prevemos que o impacto do aquecimento geral deste episódio do El Niño continue até meados de 2016", informou.

O fenômeno tem "impacto especial em extensas zonas da América Central e do Caribe", lembra a OMM.

"O Brasil, que começou o ano com secas nas zonas meridional e oriental, experimentou um deslocamento da seca para o norte, com chuvas esparsas durante a estação seca no Amazonas", enquanto "o Peru sofreu fortes chuvas e inundações, assim como a Argentina".

O El Niño também reduziu as chuvas de monção na Índia em 86% em relação aos níveis normais, acrescenta.

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